O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou que dados em poder do governo americano indicam que o ataque com gás em uma área nos arredores de Damasco na última quarta-feira (21) deixou um saldo de pelo menos 1.429 mortos - entre eles, 426 crianças.
Segundo Kerry, o serviço de inteligência dos Estados Unidos tem a informação de que os foguetes que carregavam as armas químicas contra regiões controladas por rebeldes foram lançados de áreas em poder das forças do presidente sírio, Bashar Assad.
"[Os feridos não sofreram] Nem um arranhão. Nem uma ferida por estilhaços. Nem um corte. Nem um ferimento de bala", disse o secretário.
Kerry afirmou que três dias antes do ataque, membros do regime sírio responsáveis pelas armas químicas se protegeram dos efeitos.
"Eles foram instruídos a usar máscaras de gás", afirmou.
Ainda segundo Kerry, o presidente Obama passou muitos dias consultando o Congresso e conversando com líderes de todo o mundo.
"Obama nos pediu para consultar o Congresso sobre o que sabemos sobre o terrível ataque com armas químicas. Sei que esta consulta é o caminho certo para um presidente de abordar a questão de como e quando se usar a força militar", afirmou.
"O presidente Obama também acha importante discutir este assunto diretamente com o povo americano. Esta é nossa responsabilidade", completou.
O secretário chegou a chamar Assad de assassino e disse que é necessário agir em um caso como este.
"Se a gente decidir viver em um mundo onde um assassino como Bashar Assad pode atacar milhares de seu próprio povo com gás e sair impune... não haverá fim para o teste da nossa determinação e do perigo que fluirá a partir desses que acreditam que eles podem fazer o que quiserem", afirmou.
Kerry afirnou ter "grande respeito pela ONU e seus inspetores". No entanto, apontou que não é papel da ONU indicar o responsável pelo ataque,
"A ONU não pode dizer nada que a gente já não saiba", disse.
O secretário afirmou que os Estados Unidos estão determinados a agir de acordo com suas vontades. Kerry também prometeu não repetir o que já aconteceu em outras guerras.
"Depois de uma décadas de conflitos, o povo americano está cansado de guerras. Acredite, eu também estou. Mas o cansaço não nos tira a responsabilidade", disse.
Um ataque na Síria não serviria para derrubar o regime de Assad ou, nas palabras de Kerry, "assumir responsabilidade por uma guerra civil que já está em curso."
A intervenção militar seria uma resposta ao "uso flagrante de armas químicas por um déspota" que será responsabilizado pelo ataque. Para Kerry, o conflito sírio chegará ao fim por meio de uma solução política, e não militar.