Investigadores do governo americano descobriram que diversos oficiais e funcionários do Pentágono - a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos - compraram e baixaram pornografia infantil pela internet, informou nesta sexta-feira (23) o jornal The Boston Globe. De acordo com o diário americano, muitos dos oficiais acusados possuem "altos níveis de acesso de segurança" e usaram computadores do governo para obter o material ilegal.
As investigações incluem funcionários da Agência de Segurança Nacional, do Escritório Nacional de Reconhecimento e da Agência de Pesquisa Avançada de Projetos de Defesa - esta última, responsável por alguns dos projetos mais secretos e "sensíveis" do governo americano, de acordo com o Boston Globe. Embora o número de acusados seja pequeno em relação às milhares de pessoas que trabalham para o Departamento de Defesa, a descoberta preocupou o governo americano porque, de acordo com um dos relatórios, coloca funcionários importantes "sob risco de chantagem, suborno e ameaça, especialmente aqueles que normalmente têm acesso a instalações militares".
De acordo com o jornal americano, alguns dos funcionários identificados nas investigações foram processados pelo governo, enquanto outros casos foram arquivados. Também há processos que continuam rodando pela Justiça americana. O relatório de mais de 50 páginas aponta que as investigações começaram em 2002. Apesar disso, alguns dos casos permanecem abertos ainda hoje.
Especialistas ouvidos pelo jornal americano disseram que não é fácil processar acusados de obter pornografia infantil porque os tribunais exigem evidências "muito fortes", incluindo a identificação das supostas vítimas menores de idade, para aceitar os casos.
Gary Comerford, porta-voz do Inspetor Geral do Pentágono, disse que a agência "leva muito a sério" os casos, mas que não poderia fazer comentários sobre "investigações individuais". Embora o número exato de casos não tenha sido explicitado nos documentos obtidos pelo Boston Globe, relatórios oficiais apontam que ao menos 30 funcionários do Departamento de Defesa foram investigados.