Franco assume presidência e pede união no Paraguai

Franco chegou a um Congresso paraguaio lotado. Ovacionado, cumprimentou diversos congressistas

Franco discursa após ser empossado presidente do Paraguai | Reuters
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Federico Franco assumiu a presidência do Paraguai nesta sexta-feira em uma cerimônia no Congresso, realizada pouco depois do impeachment de Fernando Lugo. Médico liberal que até então ocupava a vice-presidência, Franco enfatizou a necessidade de união nacional e jurou respeito às leis do país instantes depois de o país acompanhar a destituição do presidente Fernando Lugo em um polêmico e relâmpago processo de impeachment.

Franco chegou a um Congresso paraguaio lotado. Ovacionado, cumprimentou diversos congressistas antes de fazer o juramento à nação, receber a faixa presidencial e ser levado à tribuna para seu primeiro discurso como presidente. "A República do Paraguai vive momentos difíceis. E, neste momento, Deus destino quis que eu assumisse a presidência. É um grande compromisso", afirmou Franco, em tom solene.

Franco abriu o discurso enfatizando a união nacional. "A única maneira de levar adiante (o país) é que o Paraguai seja construído entre todos os setores", defendeu. "Isso só será possível com a ajuda e colaboração de todos", disse, enfatizando a necessidade de união da nação entre colorados, liberais e movimentos sociais. "Comprometo-me em fazer observar a Constituição, as leis (e) o Estado de direito", completou, acrescentando que terminará o mandato de Fernando Lugo, deposto hoje por impeachment.

Franco assume a presidência após um processo relâmpago de impeachment de Lugo. Em pouco mais de 24 horas, a Câmara de deputados aprovou o pedido do processo do presidente, que logo chegou ao Senado. Hoje, a defesa de Lugo argumentou contra o processo, sem sucesso. No final do dia, por 39 votos a 4, o Senado aprovou a destituição de Lugo.

"Tenho gana, vontade, experiência, graças a deus tenho saúde, mas não tenho todo conhecimento. Quero entregar um país organizado, com tolerância, com inclusão, com a presença de ricos e pobres, com a presença de todos os setores. Façamos políticas de Estado de modo que seja possível levar o país pelo melhor caminho", afirmou.

Os deputados e senadores que votaram de modo massivo contra Lugo e garantiram o impeachment em pouco mais de 24 horas defenderam a constitucionalidade do processo; a argumentação repousou sobretudo na crítica à gestão de Lugo, supostamente incapaz de cumprir com seus deveres. A defesa de Lugo, por sua vez, pediu os 18 dias que, segundo afirmou, são garantidos pelo Código Civil a qualquer acusado; os advogados questionaram as acusações, sem sucesso.

Organismos internacionais latino-americanos, por sua vez, criticaram em peso o processo, acusando eventual golpe em Assunção. A União das Nações Sul-americanas (Unasul), que está no país com uma missão especial, questionou a constitucionalidade do impeachment e deve se manifestar novamente sobre o assunto. O Equador já adiantou que não reconhecerá Franco como o presidente em Assunção.

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