Os milicianos opostos ao regime do ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, estão cercados na Praça dos Mártires, em Zawiyah, 92 km ao sudoeste de Trípoli, informa a TV. Os veículos de combate das forças leais a Kadhafi tentam alcançar seus últimos alvos neste sábado (5).
Segundo informações de moradores contatados pelas emissoras de televisão por satélite árabes, todos os homens armados da cidade foram chamados para defender o último reduto de resistência, onde a munição está prestes a se esgotar.
Os franco-atiradores leais ao regime tomaram posições em todos os edifícios altos e dominam toda a localidade com o apoio dos carros de combate e fogo de artilharia. O ativista Abdel Fajah al Zaui disse a Al Jazira que ?na cidade só há mortos, e os feridos são executados nas ruas pelas brigadas de Khamis Kadhafi?.
Khamis é o mais novo dos sete filhos de Kadhafi e controla uma das forças especiais do regime que têm como objetivo eliminar a resistência nas proximidades de Trípoli.
Zaui assegurou que dois carros de combate tinham sido destruídos pelos milicianos na Praça dos Mártires após o começo da ofensiva durante a madrugada.
Nos duros combates, nos quais os defensores de Zawiyah perderam na sexta-feira (4) seu comandante, o coronel Hassan Uarbuq, os milicianos fizeram alguns prisioneiros entre as forças de Kadhafi, mas os feridos não puderam ser retirados em ambulâncias devido à ação dos atiradores.
Segundo o testemunho de Zaui, duas centenas de fiéis desarmados permanecem dentro de uma mesquite.
Após a ofensiva rebelde de sexta sobre a localidade portuária e petrolífera de Ras Lanuf (ao leste de Trípoli), aparentemente bem-sucedida, as forças leais ao regime retomaram a iniciativa de recuperar um dos últimos enclaves petroleiros nas mãos de Kadhafi no litoral líbio.
As forças aéreas leais a Kadhafi, segundo a Al Jazira, bombardearam novamente neste sábado as posições obtidas pelos rebeldes.
Os números de baixas durante a jornada de enfrentamentos da véspera alcançam as dezenas, de acordo com diferentes fontes, sem que existam dados verificados de maneira independente pela imprensa.
Inicialmente, o governo líbio disse na sexta, através da emissora de televisão estatal, que já tinha Zawiyah em seu poder, para manifestar posteriormente que ainda restavam focos de resistência.