Em uma carta enviada ao jornal The Guardian, na terça-feira (29/07), figuras públicas de Israel pediram que a comunidade internacional imponha “sanções paralisantes” contra o país, em meio às crescentes denúncias e indicativos de fome no enclave palestino.
A iniciativa teve a assinatura de 31 pessoas, incluindo acadêmicos, artistas e intelectuais públicos do país. Dentre os signatários estão o vencedor do Oscar, Yuval Abraham; o ex-procurador-geral israelense, Michael Ben-Yair; o ex-presidente do parlamento israelense e ex-chefe da Agência Judaica, Avraham Burg; e ganhadores do prestigioso prêmio Israel, a maior honraria cultural do país.
“A comunidade internacional deve impor sanções paralisantes a Israel até que este ponha fim a esta campanha brutal e implemente um cessar-fogo permanente”, diz o documento. Os signatários também acusaram o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de “matar de fome o povo de Gaza e contemplar a remoção forçada de milhões de palestinos”.
A ação acontece poucos dias após o anúncio de que a guerra de Israel em Gaza já deixou mais de 60 mil palestinos mortos. "O crescente horror internacional sobre a trajetória da guerra de Israel em Gaza está se refletindo cada vez mais dentro de Israel — e na diáspora judaica global — em meio a imagens de crianças palestinas emaciadas e relatos de tiros disparados por forças israelenses contra palestinos famintos em centros de distribuição de alimentos”, diz.
As personalidades defenderam ainda que “ninguém deveria ficar imune à fome generalizada que afeta milhares de habitantes de Gaza”. “A situação é terrível e mortal. A principal resposta moral deve começar com corações angustiados diante de uma tragédia humana de tamanha magnitude”.
As figuras israelenses denunciaram que Israel bloqueia comida, água, remédios e energia, especialmente para crianças e disse que as atitudes são “é indefensável”.
“Não permitamos que nossa dor se transforme em indiferença, nem que nosso amor por Israel nos cegue aos clamores dos vulneráveis. Enfrentemos o desafio moral deste momento”, apelaram.
Por fim, eles também comentaram os planos de construir uma “cidade humanitária em Gaza”, reconhecendo que os comentários do ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert referem-se a “um campo de concentração” e o deslocamento forçado de palestino seria o equivalente a “uma limpeza étnica”.
Conteúdo originalmente publicado em Opera Mundi