As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que o corpo devolvido pelo grupo Hamas, identificado como sendo de Shiri Bibas, não corresponde à vítima mencionada. Israel exigiu a devolução imediata do corpo e considerou o caso uma "violação grave" dos termos acordados. Com informações do The Guardian.
QUEM É SHIRI?
Shiri fazia parte da família Bibas, sequestrada em 7 de outubro de 2023, durante o ataque do Hamas ao território israelense, e se tornou um símbolo da luta pela liberação dos reféns. Ela era mãe de Ariel, de 4 anos, e Kfir, de 9 meses, o mais jovem entre os sequestrados. Os corpos das crianças foram entregues nesta quinta-feira (20).
Segundo os militares israelenses, o corpo recebido pelo Hamas não corresponde a nenhum dos reféns identificados.
"Após a análise forense, foi confirmado que o corpo adicional entregue não é o de Shiri Bibas, e não há correspondência com nenhum outro refém. Trata-se de um corpo não identificado", informou as FDI por meio de um comunicado.
CORPOS DE CRIANÇA, BEBÊ E IDOSO
A perícia confirmou que dois dos quatro corpos devolvidos são de Ariel e Kfir. Outro corpo, identificado como sendo de Oded Lifschitz, de 83 anos, também foi entregue.
"Esta é uma grave violação cometida pelo Hamas, que tem a obrigação, conforme o acordo de cessar-fogo, de devolver os corpos de quatro reféns mortos. Exigimos que o Hamas entregue Shiri de volta, juntamente com todos os nossos reféns", declarou o comunicado.
A entrega dos corpos ocorreu em Khan Younis, na Faixa de Gaza, conforme estipulado no acordo de cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro. Os restos mortais foram enviados em caixões pretos para integrantes da Cruz Vermelha, que os transportaram até Israel.
A ONU condenou a maneira como o Hamas entregou os corpos. O alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, classificou o desfile de corpos em Gaza como "abominável" e uma violação do direito internacional.
A entrega dos corpos causou grande comoção em Israel. Poucas horas depois, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu eliminar o Hamas e trazer todos os reféns de volta ao país.
O Hamas afirmou que um ataque aéreo israelense teria matado Shiri e os filhos ainda em 2023, cerca de um mês após o sequestro. Israel refutou a acusação, chamando-a de propaganda cruel.
Símbolo da luta pelos sequestrados
Logo após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deu início ao conflito, a família Bibas se tornou um símbolo dos reféns sequestrados. No mesmo dia, imagens de Shiri Bibas, uma moradora do kibutz Nir Oz, no sul de Israel, se espalharam pelas redes sociais. Ela foi sequestrada junto com seus filhos Ariel e Kfir, e as imagens de sua apreensão viralizaram, tornando-se um ícone de resistência.
Durante 20 meses, a família Bibas foi um dos principais rostos da luta dos familiares dos reféns, que também pressionaram o governo de Netanyahu. As imagens de Shiri e seus filhos eram usadas como um símbolo de esperança e uma exigência para a devolução dos reféns.