O ex-presidente do México Enrique Peña Nieto está sendo investigado no inquérito sobre uma gigantesca rede de corrupção na empresa estatal de petróleo estatal Pemex, informa o Wall Street Journal.
A investigação de Peña Nieto é parte de que foi iniciada sobre Emilio Lozoya, ex-diretor da Pemex detido na Espanha na semana passada, indicou o jornal, que citou uma alta fonte não identificada do governo mexicano.
O Ministério Público do México "tem evidências de que a corrupção de Lozoya (...) chega ao mais alto nível", declarou a fonte, em referência a Peña Nieto.
Lozoya foi detido em Málaga, Espanha, na semana passada acusado de envolvimento na rede internacional de corrupção da empreiteira brasileira Odebrecht. Ele enfrenta um processo de extradição.
"A extradição e (qualquer possível) confissão de Lozoya são elementos que, ao lado das investigações em curso, decidirão se o ex-presidente será acusado no futuro", disse a fonte.
O ex-diretor da Pemex é suspeito de ter recebido subornos milionários da Odebrecht, que teriam sido destinados à campanha presidencial de Peña Nieto (que governou o país de 2012 a 2018), na qual atuou como diretor de assuntos internacionais.
De acordo com reportagens da imprensa e depoimentos de colaboradores da justiça brasileira, Lozoya teria recebido tais recursos em troca de favorecer a Odebrecht em futuras licitações, no momento em que Peña Nieto já era apontado como o favorito para assumir a presidência.
Também é acusado de ter autorizado, quando era diretor da Pemex, a compra de uma fábrica de fertilizantes por quase 500 milhões de dólares, um valor excessivo em função do péssimo estado das instalações, segundo o governo e a opinião de especialistas da indústria.