O primeiro detido na Baía de Guantánamo a ser julgado por um tribunal civil foi nesta terça-feira condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos.
O tanzaniano Ahmed Khalfan Ghailani, 36 anos, foi considerado culpado de conspiração para danificar ou destruir instalações americanas em relação aos atentados a bomba cometidos em 1998 nas embaixadas americanas em Nairóbi (Quênia) e em Dar Es Salaam (Tanzânia).
Os ataques, atribuídos à rede Al-Qaeda, deixaram um total de 224 mortos e milhares de feridos.
Ghailani foi inocentado das acusações de assassinato e de conspiração para assassinato.
"Interrogatório intensificado"
O caso de Ghailani foi o primeiro teste do governo de Barack Obama em sua decisão de julgar ex-detentos da base de Guantánamo - localizada em Cuba - em tribunais civis, em vez de militares.
Ghailani foi detido no Paquistão em 2004. Depois, foi levado a instalações secretas da CIA (serviço de inteligência americano) e, em 2006, para Guantánamo.
Na base cubana, ele foi submetido ao que o governo dos Estados Unidos chama de "interrogatório intensificado" pela CIA. Os advogados de defesa alegam que o tanzaniano foi torturado.
No ano passado, ele foi transferido para Nova York.
Os promotores tiveram um revés quando um juiz federal de Nova York impediu a participação de uma testemunha-chave de acusação, alegando que ela havia sido citada pelo réu quando ele estava "sob pressão".
Acredita-se que a testemunha, Hussein Abebe, fosse confirmar no tribunal que vendeu a Ghailani o explosivo usado no ataque a bomba à embaixada americana na Tanzânia.
Em 2001, outras quatro pessoas foram condenadas à prisão perpétua por participação nos atentados de 1998.
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