EUA indenizarão Alan Gross em US$ 3 milhões pelos cinco anos preso em Cuba

Firmado para evitar batalhas judiciais, acordo entre governo, empresa privada e família de Gross ressarcirá prisioneiro libertado na semana passada

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Alan Gross, o cidadão norte-americano recém libertado de Cuba após cinco anos preso, vai receber US$ 3,2 milhões (R$ 8,6 milhões) do governo dos Estados Unidos como parte de um “acordo” indenizatório pelo tempo que ficou longe do país.

Autoridades confirmaram nesta quarta-feira (24/12) que a Usaid, agência dos EUA que supervisiona recursos deslocados para causas externas, entrou em consenso com a DAI (Development Alternatives, Inc), que havia pedido o dobro da quantia. Alan Gross era funcionário da empresa norte-americana e foi enviado a Cuba como parte de um projeto financiado pela Usaid, quando foi preso na ilha.

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“Nosso entendimento é que o dinheiro irá para Alan Gross como parte de um acordo entre as duas partes”, disse à imprensa um porta-voz da Usaid, adiantando que o valor será pago já nos próximos dias. “O acordo evita os custos, a demora e os riscos de processos adicionais, além de não constituir admissão de responsabilidade por nenhuma das partes”, ressalta o comunicado da Usaid.

 A família de Gross já vinha há mais de um ano tentando responsabilizar as autoridades pelo ocorrido. Em novembro de 2012, a esposa Judy entrou com um processo cobrando US$ 60 milhões pela “grosseira negligência” do governo dos EUA e da empresa DAI.

No ano seguinte, Judy Gross entrou em acordo com a empresa DAI, cujos termos não foram revelados. Há um mês, uma corte norte-americana rejeitou as acusações contra o governo dos EUA.

De acordo com Washington, Gross estava em Havana para ajudar os membros da comunidade judaica cubana a “se conectarem com outras comunidades judaicas do mundo”. Mas a mesma comunidade judaica de Havana contradiz a versão oficial dos Estados Unidos e da família Gross.

EUA autorizaram inseminação artificial

Também como parte do acordo de troca de prisioneiros, os EUA autorizaram o espião cubano Gerardo Hernández — um dos Cinco Cubanos presos no país, que cumpria pena na Califórnia até ser libertado na semana passada — a enviar esperma para que sua mulher, Adriana Pérez, fosse inseminada artificialmente.

A facilitação dessa inseminação aconteceu dentro do ambiente que permitiu o acordo histórico anunciado na semana passada por Obama e pelo presidente de Cuba, Raúl Castro, para iniciar uma normalização das relações diplomáticas bilaterais, rompidas desde 1961.

Nas fotografias tiradas sábado na homenagem aos "Cinco" no parlamento cubano é possível ver o casal Hernández sorridente e Adriana em avançado estado de gestação. De acordo com o jornal The New York Times, o esperma de Hernández foi levado ao Panamá, onde sua esposa foi inseminada.

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