Homens que passam muito tempo vendo pornografia na internet parecem ter menos matéria cinzenta em certas partes do cérebro e sofrem redução de sua atividade cerebral, indica um estudo alemão publicado nesta quinta-feira (29) nos Estados Unidos.
"Encontramos um importante vínculo negativo entre o ato de ver pornografia durante várias horas por semana e o volume de matéria cinzenta no corpo estriado direito do cérebro", assim como a atividade do córtex pré-frontal, escrevem os cientistas do Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano em Berlim.
"Esses efeitos poderiam incluir mudanças na plasticidade neuronal resultante de intensa estimulação no centro do prazer", acrescentou o estudo, publicado na edição online da revista "JAMA Psychiatry", da Associação Médica Americana.
Os autores, no entanto, não puderam provar que esses fenômenos sejam causados diretamente pelo consumo de pornografia e, por isso, afirmam que é necessário continuar com as pesquisas. Mas, segundo eles, o estudo já fornece um primeiro indício da existência de uma relação entre o ato de assistir a pornografia e a redução do tamanho e da atividade do cérebro como reação ao estímulo sexual.
Para realizar a pesquisa, os autores recrutaram 64 homens saudáveis com idades de 21 a 45 anos, aos quais pediram para responder a um questionário sobre o tempo que dedicavam a assistir a vídeos pornográficos. O resultado foi, em média, de quatro horas semanais.
Os voluntários também foram submetidos a um exame de ressonância magnética do cérebro para medir seu volume e observar como ele reagia às imagens pornográficas.
Na maioria dos casos, quanto mais pornografia os indivíduos viam, mais diminuía o corpo estriado do cérebro, uma pequena estrutura nervosa bem abaixo do córtex cerebral.
Os cientistas também observaram que, quanto maior o consumo de imagens pornográficas, mais se deterioravam as conexões entre o corpo estriado e o córtex pré-frontal, que é a camada externa do cérebro encarregada do comportamento e da tomada de decisões.