O empresário português Miguel Alves da Silva, 31, namorado da modelo brasileira que morreu ao cair do 15º andar de um prédio de luxo em Lisboa, na sexta passada (8), disse na segunda-feira (11) à Folha que está muito abalado e não quis esclarecer o que houve na noite em que a jovem morreu.
"Estou abalado, não quero fazer comentários", afirmou.
O empresário namorava Jeniffer Corneau Viturino, 17, havia um ano e meio, segundo a família dela, e estava no apartamento, onde mora, no momento em que ela caiu.
Segundo o jornal português "Correio da Manhã", as câmeras do prédio registraram que havia no apartamento uma segunda mulher. O empresário não comentou a informação.
Parentes e amigos de Jeniffer questionam a hipótese de suicídio, porque a polícia disse à família que o corpo tinha hematomas e a modelo estava em ascensão na carreira.
Apesar das dúvidas a respeito do suicídio da modelo, Jeniffer deixou um bilhete, segundo a mãe dela, no qual pedia perdão à família e dizia estar "cansada". O bilhete afirmava ainda que a jovem se sentia culpada pelo relacionamento com o empresário não ter dado certo.
Até ontem à noite, o corpo não tinha sido liberado, e a família estava sem informações da polícia de Lisboa.
PORTUGAL-BRASIL
O irmão de Jeniffer afirmou no domingo que vai solicitar ao Consulado do Brasil em Lisboa que policiais brasileiros também possam acompanhar as investigações. A reportagem apurou que, para isso acontecer, o governo brasileiro precisa julgar como necessária essa participação e solicitá-la ao governo português, que tem a última palavra e pode indeferir o pedido.
Uma autoridade disse que Brasil e Portugal têm boas relações diplomáticas e cooperam periodicamente em investigações policiais --sobre tráfico de drogas e de pessoas, por exemplo--, e que uma cooperação policial pode, potencialmente, acontecer, mas causaria mal-estar entre os governos se o Brasil não demonstrasse confiança nas investigações portuguesas.
Jeniffer começou a carreira de modelo assim que se mudou para Portugal, aos 14 anos, e fazia atualmente um curso técnico preparatório para engenharia.
De acordo com a mãe dela, seu último desfile foi na quarta-feira (6), para a marca Gardenia. Ela já foi capa de revista e venceu o concurso de Miss Póvoa em 2009 --num povoado próximo a Lisboa.
Para Andréia Aparecida Mauricio, 30, amiga da família, a modelo estava em momento de ascensão na carreira, e causa estranheza que ela tenha se matado agora.
"O que ela mais queria ela estava conseguindo. Quem a conheceu sabe que ela jamais teria coragem de fazer isso com a própria vida, ainda mais agora que a carreira estava deslanchando e depois que elas [a jovem e a mãe] investiram muito dinheiro e tempo nisso."