Elizabeth Holmes, uma polêmica empresária do Vale do Silício, foi condenada nesta sexta-feira (18) a 11 anos de prisão por um juiz da Califórnia, nos Estados Unidos.
Em janeiro passado, um júri a considerou culpada por três acusações de fraude eletrônica e uma de conspiração para aplicar fraude contra investidores com sua empresa Theranos.
A Theranos já foi avaliada em US$ 9 bilhões, porque tinha a falsa promessa de ter desenvolvido uma máquina inovadora que poderia realizar qualquer tipo de exame de sangue em questão de horas e com apenas algumas gotas de amostra.
Holmes, atualmente com 38 anos, compareceu ao tribunal na sexta-feira visivelmente abalada. Ela disse que sente "profunda dor" por todos aqueles que foram enganados por seu empreendimento.
A condenação dela é vista como um teste sobre a seriedade com a qual o sistema de justiça dos Estados Unidos trata a fraude corporativa no setor de tecnologia.
Durante seu apogeu, Holmes foi descrita como a "nova Steve Jobs".Os advogados dela pretendem recorrer da sentença proferida nesta sexta.
Exames de sangue
Fundada por Holmes em 2003 quando ela tinha 19 anos, a Theranos atraiu o interesse de investidores pelo grande potencial oferecido pelas máquinas de exames de sangue e tornou sua fundadora bilionária aos 31 anos.
O custo dos testes da Theranos era um quarto ou até menor do que os testes tradicionais, levando a rede de drogarias americana Walgreens - uma das maiores do país - a firmar parceria com a empresa de Holmes.
A derrocada teve início no final de 2015, quando o The Wall Street Journal publicou uma série de artigos investigativos questionando a credibilidade dos testes da Theranos e acusando a empresa de, entre outras coisas, diluir amostras de sangue obtidas de pacientes para aumentar seu volume.
Além disso, foi confirmado que a Theranos enviou os testes diluídos para laboratórios tradicionais e disse que os resultados foram obtidos com suas máquinas.
Essas acusações levaram o Departamento de Justiça dos Estados Unidos a abrir processos contra Holmes e seu ex-namorado, o ex-presidente e ex-diretor de operações da empresa, Ramseh "Sunny" Balwani. Os dois foram acusados de enganar investidores, médicos e pacientes.
A empresa Theranos foi dissolvida em setembro de 2018.