O atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius pediu desculpas nesta segunda-feira (7) pela morte de sua namorada Reeva Steenkamp durante audiência na qual é julgado pela morte da modelo. O pedido de desculpas foi direcionado à mãe de Reeva, e ocorreu durante depoimento do atleta, que falou em sua própria defesa no tribunal.
Pistorius disse que ter atirado na namorada o deixou sem conseguir dormir, aterrorizado e dominado por pesadelos. "Acordo durante a noite com o cheiro de sangue", disse.
"Quero aproveitar esta oportunidade para pedir perdão ao senhor e a senhora Steenkamp", disse em uma voz entrecortada por soluços, o que levou a juíza a pedir que falasse com mais clareza.
No tribunal, a mãe de Steenkamp, June, ao lado de outros parentes, permaneceu impassível.
O atleta afirmou que fez quatro disparos através da porta do banheiro de sua casa em fevereiro do ano passado acreditando que havia um invasor no local. As balas acertaram Reeva, que morreu.
"Estava tentando proteger Reeva. Quero que as pessoas saibam que ela era amada quando foi para a cama naquela noite", completou.
"Eu tentei colocar minhas palavras no papel, para escrever a vocês, mas nunca existirão palavras suficientes", prosseguiu.
O julgamento do atleta foi retomado nesta segunda após ser suspenso em 28 de março. Ele tenta provar sua inocência e evitar a prisão perpétua.
Promotores levaram 15 dias para expor seu caso contra o atleta de 27 anos, argumentando que ele deliberadamente matou a namorada Reeva Steenkamp nas primeiras horas do Dia dos Namorados do ano passado na África do Sul ao disparar quatro tiros numa pistola 9 milímetros por uma porta de banheiro.
Vários vizinhos testemunharam ter ouvido gritos de horror de uma mulher antes dos disparos, contrariando a versão de Pistorius de que confundiu a namorada com um invasor que se escondeu no banheiro no meio da noite.
Se condenado por assassinato, Pistorius enfrentará pelo menos 25 anos de prisão.
Pistorius, que teve a parte de baixo das duas pernas amputada quando era bebê, ganhou fama como "o mais rápido homem sem pernas" e conquistou medalhas de ouro nas Paralímpiadas de Londres e Pequim.
Ele também venceu uma batalha contra autoridades do atletismo pelo direito de competir contra atletas que não são portadores de deficiência, tornando-se o primeiro velocista amputado a disputar a Olimpíada, ao chegar na semifinal dos 400 metros em Londres-2012.