O presidente Nayib Bukele, de El Salvador, enfrenta acusações constitucionais por buscar a reeleição. Durante a gestão, o presidente deteve milhares de inocentes, suspendeu liberdades civis indefinidamente e saturou as ruas com presença militar. Seu colega de chapa reconhece a intenção de "eliminar" uma democracia considerada, por ele, falha no passado. Apesar das críticas, a maioria das pesquisas sugere que a população apoia Bukele.
Neste domingo (04), ocorrem as eleições para presidente e 60 deputados da Assembleia. Um dos motivos da preferência da população pelo líder, de 42 anos, apontados por analistas, foi a eliminação das gangues que transformaram o país em um dos locais mais perigosos do mundo, uma conquista que muitos consideravam impossível.
O partido de Bukele, Novas Ideias, deverá conquistar 57 das 60 cadeiras. Especialistas afirmam que a Constituição de El Salvador proíbe presidentes de concorrer a mandatos consecutivos.
No poder desde 2019, se vencer, Bukele se unirá a líderes globais que ganharam eleições consecutivas, mesmo enfrentando acusações de minar os princípios democráticos. Índia, Turquia e Hungria são alguns dos países que possuem governantes nessa categoria, e nos EUA, o ex-presidente Donald Trump, próximo da indicação do Partido Republicano.
El Salvador: 46 mil membros de gangues são presos em 110 dias
Em 27 de março de 2022, o presidente Nayib Bukele decretou um regime de exceção que permite que a polícia possa prender sem mandado judicial.
As gangues Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18 são as que mais cometem crimes em El Salvador. Mesmo antes da ofensiva do governo, cerca de 16 mil de seus membros estavam presos.
Segundo uma reportagem do jornal "The Guardian", o governo dos Estados Unidos publicou um relatório em que descreve as gangues como grupos que tentam controlar os salvadorenhos por meio de atos violentos, inclusive assassinatos, mas o propósito delas não é primordialmente financeiro.