Ao menos 14 pessoas morreram e mais de 120 ficaram feridas em um duplo atentado com carro bomba realizado na noite de quinta-feira na república do Daguestão, no Cáucaso russo, a poucos dias da posse de Vladimir Putin como presidente.
As duas explosões, de grande potência, ocorreram na quinta-feira pouco depois das 22H00 locais (15H00 de Brasília) nos subúrbios de Majachkalá, capital do Daguestão, declarou à AFP uma porta-voz do ministério regional de Saúde.
O balanço de vítimas pode ser maior devido à quantidade de feridos: há 83 hospitalizados, alguns em estado grave, indicou o ministério de Situações de Emergência.
Trata-se do ataque mais sangrento do ano nesta instável república do Cáucaso russo na qual há rebeldes islamitas.
Segundo os primeiros elementos da investigação aberta por "terrorismo", um carro bomba estacionado perto de um posto policial explodiu na quinta-feira à noite. Depois da chegada ao local de policiais, bombeiros e membros do ministério russo de Situações de Emergência, o segundo artefato explodiu.
O ministro do Interior do Daguestão, Abdurachid Magomedov, disse que eram atentados suicidas, provavelmente realizados por "um homem e uma mulher", embora a informação não tenha sido confirmada pelas autoridades russas.
A primeira explosão foi provocada por um camicase que estacionou um automóvel a 14 metros do posto policial, disse Magomedov.
A segunda bomba, que explodiu em um micro-ônibus, deixou uma cratera de mais de 30 centímetros no solo, segundo a mesma fonte.
No início de março, cinco policiais morreram no Daguestão em um ataque suicida cometido por uma mulher e dirigido contra um posto policial na localidade de Karabudajkent.
Segundo o site de informação especializada Kavkaz Uzel, 163 pessoas morreram e 95 ficaram feridas no primeiro trimestre deste ano em ataques realizados no Cáucaso Norte, atribuídos pelas autoridades à rebelião islamita.
Depois da primeira guerra da Chechênia (1994-1996), outra república russa do Cáucaso, entre o exército russo e a guerrilha independentista, a rebelião se islamizou progressivamente e se estendeu cada vez mais fora das fronteiras chechenas até se transformar, em meados dos anos 2000, em um movimento islamita ativo em todo o norte desta região montanhosa, na qual quer instaurar um regime islâmico.