Tropas da Guarda Nacional, enviadas pelo governo Trump, chegaram à região metropolitana de Chicago no final de terça-feira (7) e se preparam para entrar na 3ª maior cidade dos Estados Unidos. Trump afirmou nesta quarta-feira (8) que o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, e o governador de Illinois, JB Pritzker, "deveriam estar presos por não protegerem agentes do ICE". Até a última atualização, não há indícios de que essas autoridades serão presas.
O envio de tropas a Chicago aumentou as tensões entre o presidente Donald Trump e os governos municipal e estadual, ambos democratas, envolvendo processos na Justiça, insultos e restrições contra agentes federais. Cerca de 200 soldados da Guarda Nacional do Texas foram designados e estão em Elwood, a 50 km de Chicago, recebendo treinamento para a operação.
O governo Trump justifica o envio alegando altos níveis de violência e que agentes do ICE e FPS sofrem "ataques coordenados por grupos violentos". Trump já descreveu Chicago como "buraco infernal do crime", apesar de estatísticas policiais mostrarem queda nos crimes, incluindo homicídios.
Sobre a proteção dos agentes do ICE, a cidade registrou protestos contra operações voltadas a imigrantes ilegais, geralmente em frente a centros federais de detenção.
RESISTÊNCIA DOS GOVERNOS MUNICIPAL E ESTADUAL
O envio de tropas federais a Chicago enfrenta forte resistência dos governos municipal e estadual. O prefeito Johnson criticou Trump, dizendo que suas decisões fariam Putin corar, enquanto o governador Pritzker acusou o presidente de fabricar uma crise e usar as troopas como peças de teatro político.
Johnson assinou uma ordem executiva criando “zonas livres do ICE”, proibindo batidas de imigração em propriedades municipais e locais privados. A Casa Branca classificou a medida como doentia e perturbadora. O governo de Illinois entrou na Justiça contra o envio das tropas da Guarda Nacional do Texas, mas uma juíza federal não concedeu a liminar, alegando necessidade de mais informações.
OPERAÇÃO ANTI-IMIGRAÇÃO
Outros 300 soldados da Guarda Nacional de Illinois foram designados a Chicago pelo secretário de Guerra Pete Hegseth, mas o envio foi barrado pela Justiça estadual. A cidade tem mais de 2,7 milhões de habitantes e é um centro econômico dos EUA.
Apesar de o governo Trump alegar proteção a agentes federais e combate à violência, a missão das tropas federalizadas ainda não está clara.
O segundo mandato de Trump tem foco em operação anti-imigração, e Chicago, considerada cidade-santuário, tem políticas voltadas a imigrantes. O presidente tem usado decretos emergenciais para acelerar sua agenda nesses centros urbanos.