Os 33 trabalhadores resgatados no Chile após ficarem soterrados desde o dia 5 de agosto em uma mina no norte do país se recuperam "rapidamente" e "dois ou três" deles podem receber alta ainda nesta quinta-feira (14), disseram os médicos que os atendem no Hospital de Copiapó.
"Calculamos que às 16h (horário local e de Brasília) alguns mineradores podem deixar o hospital, talvez dois ou três", disse o subdiretor do centro médico, Jorge Montes, em uma entrevista coletiva em conjunta com o ministro chileno da Saúde, Jaime Mañalich.
A previsão inicial era de que os trabalhadores ficariam 48 horas no hospital.
"Os dois dias previstos anteriormente se referem a uma situação padrão, mas a alta médica depende da equipe médica e do estado de cada paciente. A maioria dos mineradores se comportou muito bem do ponto de vista clínico", disse, explicando ainda que todos "se acostumaram muito bem à luz natural" e "suportaram de forma notável o estresse".
"Nenhum deles entrou em estado em choque e ninguém quis deixar o hospital mais cedo", assegurou Montes. Segundo o médico, os primeiros a deixarem o hospital não obedecerão necessariamente à ordem de chegada.
Socorristas
Manuel González, último socorrista que estava no fundo da mina San José, no Chile, voltou na madrugada desta quinta-feira (14) à superfície e concluiu a histórica operação de resgate dos 33 mineiros que estavam soterrados.
Experiente socorrista e o primeiro a descer no início do resgate, na terça-feira, González pisou na superfície às 00h30 do horário local (mesmo horário de Brasília), onde foi recebido pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, pelo ministro de Minas, Laurence Golborne, e por outros funcionários.
Ao todo, seis socorristas desceram ao interior da mina para ajudar os mineradores presos desde 5 de agosto. E, diante do sucesso da operação e do esforço para trazê-los à superfície "sãos e salvos", tornaram-se heróis da saga.
Antes de começarem a subir, após o último minerador, Luis Urzúa, já haver chegado à superfície, os seis funcionários de resgate seguraram um cartaz no refúgio da mina com os dizeres "Missão cumprida Chile".
Gonzáles acenou para a câmera no interior do buraco e entrou na cápsula "Fênix 2", responsável por içar os 33 mineradores, para a última viagem de volta à superfície. O aparato subiu e desceu no dobro da velocidade quando retirou os socorristas do fundo da jazida.
Manuel González, especialista em salvamento, Roberto Ríos, infante da Marinha, e Patrício Roblero, suboficial da Marinha e especialista em salvamento, foram os primeiros da equipe de resgate a descer à mina na noite de terça para quarta-feira.
Jorge Bustamante Ramírez, socorrista da empresa estatal Codelco, desceu por volta das 11h local, após o resgate do 13º minerador, Carlos Barrios.
Já o cabo Patrício Sepúlveda, do Grupo de Operações Especiais de Carabineiros, e o bombeiro Pedro Rivero foram ao interior da mina poucas horas mais tarde.
Cerca de 17 milhões de chilenos acompanharam pelas imagens da televisão oficial a saída dos seis socorristas.