Os cidadãos chilenos estão votando neste domingo (17), em um plebiscito crucial que busca substituir a atual Constituição legada pela era Pinochet, que governou o país de 1973 a 1990. A proposta, apresentada pelo Conselho Constitucional em setembro, reflete desafios contemporâneos, mas a polarização entre esquerda e direita complica a decisão.
Enquanto a nova Constituição promete abordar as demandas urgentes do país, incluindo segurança, estabilidade econômica e menos corrupção, o debate público destaca divergências sobre direitos sociais, imigração e aborto.
O cientista político Patricio Navia afirmou que a nova Constituição “é um texto que consolida o modelo econômico favorável ao mercado em vez de enfraquecê-lo”. “Foram quatro anos perdidos, acabamos no mesmo lugar onde começamos”, destacou, em reportagem da CNN.
Claudia Heiss, pesquisadora e cientista política da Universidade do Chile, disse que questões como crime, migração e estabilidade econômica assumiram o controle o debate público e o objetivo final que desencadeou o esforço para mudar a Constituição foram perdidos. Se a nova Constituição for aprovada, “não resolverá os problemas associados à agitação social”, disse Heiss.
O processo constituinte, iniciado em 2020, enfrenta a expectativa de uma população que mudou suas prioridades diante de desafios como desaceleração econômica e aumento da criminalidade. O resultado, seja pela aprovação ou rejeição, moldará o futuro político e social do Chile.
Como ocorre a votação
Os locais de votação funcionarão até às 18h e os cidadãos receberão uma cédula com a pergunta: “Você é a favor ou contra o texto da Nova Constituição?”. Eles deverão riscar uma linha vertical em apenas uma das alternativas: “A favor” ou “Contra”. Se mais de uma alternativa for marcada, será considerado um voto nulo. Neste plebiscito, o voto será obrigatório a todos os cidadãos chilenos com domicílio eleitoral no país.