O Partido Democrata dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira (8) uma carta que teria sido enviada pelo ex-presidente Donald Trump ao bilionário Jeffrey Epstein. O documento, publicado em uma rede social, inclui um desenho de uma mulher nua e uma mensagem assinada com o nome “Donald”.
ENTENDA O QUE SIGNIFICA
Segundo os democratas, a carta faz parte de um conjunto de arquivos repassados pelos advogados do espólio de Epstein. O texto seria de 2003, em um álbum produzido por Ghislaine Maxwell, parceira de Epstein, para marcar os 50 anos do empresário.
Em julho, o jornal The Wall Street Journal já havia revelado o conteúdo escrito da correspondência, sem mostrar o documento original. Na época, Trump negou ser o autor, processou o jornal e pediu uma indenização de US$ 10 bilhões.
A mensagem divulgada nesta segunda contém diálogos curtos atribuídos a Trump e Epstein e termina com: “Feliz aniversário, e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo.”
Veja a transcrição da carta na íntegra:
Voz-Off: Tem de haver mais na vida do que ter tudo.
Donald: Sim, há, mas não te direi o que é.
Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é.
Donald: Temos certas coisas em comum, Jeffrey.
Jeffrey: Sim, temos, pensando bem.
Donald: Enigmas nunca envelhecem, já reparou?
Jeffrey: De fato, isso ficou claro para mim da última vez que te vi.
Donald: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz Aniversário — e que cada dia seja outro maravilhoso segredo.
Após a publicação, representantes da Casa Branca contestaram a autenticidade do material. O vice-chefe de Gabinete, Taylor Budowich, afirmou que a assinatura não corresponde à usada por Trump. A porta-voz Karoline Leavitt classificou o documento como falso e disse que “o ex-presidente nunca fez esse tipo de desenho nem escreveu essas palavras”.
O deputado democrata Robert Garcia, por outro lado, afirmou que a carta integra as evidências recebidas pelo partido e acusou Trump de tentar esconder informações ligadas ao caso Epstein.
Contexto do caso Epstein
Jeffrey Epstein foi acusado entre 2002 e 2005 de recrutar adolescentes para encontros sexuais em suas propriedades. Em 2008, firmou um acordo judicial para se declarar culpado, mas em 2019 voltou a ser preso, acusado de tráfico sexual. Poucos dias depois, foi encontrado morto em sua cela.
Trump e Epstein eram próximos nos anos 1990, mas o ex-presidente não é investigado no processo. Documentos divulgados neste ano citaram Trump em registros de voos do bilionário, mas o Departamento de Justiça afirmou que não existe uma lista oficial de clientes ligada à rede de exploração sexual.