Imagens de um vídeo que mostram uma deficiente mental, escravizada por cerca de dois anos, em Ohio, nos Estados Unidos, agredindo a filha foram divulgadas na quinta-feira (20) pela imprensa americana.
A mãe chegou a se declarar culpada pela agressão, mas seu advogado alegou que ela foi obrigada pelos sequestradores a fazer o vídeo para que ele fosse usado contra ela, caso a mãe pedisse ajuda ou contatasse a polícia.
Por dois anos, mãe e filha foram mantidas no porão, com cobras e pitbulls, alimentando-se apenas de enlatados, ou de restos de comida. A mãe era obrigada a fazer as tarefas domésticas e sofria maus-tratos.
Na casa, em Ashland, moravam outras duas mulheres, os quatro filhos de uma delas e um homem.
A mulher, cuja identidade não foi divulgada, ouvia repetidas ameaças. Se não fizesse o que seus captores queriam, sua filha (hoje com cinco, ou seis anos) seria ferida, ou tirada dela.
A mãe conseguiu fugir em outubro de 2012, quando foi pega roubando um doce. Ela disse aos policiais que preferia ser presa a voltar para casa, porque seus companheiros eram "ruins" com ela, informou a promotoria.
A queixa de agressão contra a mãe da menina, junto com a entrega do vídeo, foi feita apenas um dia após ela ter sido presa, segundo informações do jornal americano Daily News.
Dois homens e uma mulher foram presos na última terça-feira (18) em Ohio, nos EUA, suspeitos de terem escravizado e mantido mãe e filha como reféns por cerca de dois anos.
Inicialmente, as duas vítimas foram obrigadas a dormir no chão, em um porão onde também vivia uma iguana. Ambas era repetidamente espancadas, ameaçadas com pitbulls e cobras e vigiadas por vídeo, por meio de uma babá eletrônica.
Em pelo menos três ocasiões, a mãe foi seriamente ferida para conseguir receita médica de analgésicos para Jessica Hunt, de 31 anos, e para outro acusado do crime.
Jordie Callahan, de 26 anos, e Jessica Hunt rasparam a cabeça da deficiente, no estilo moicano, e escreveram "slut", "whore" e outras palavras do gênero (vagabunda e prostituta, em português) em seu rosto e no peito, com um marcador permanente.
Segundo autoridades americanas, a menina só podia usar o banheiro depois que sua mãe terminasse a faxina na casa. Entre as tarefas domésticas, estava cuidar de cobras venenosas.
A mãe também era obrigada a entregar os cartões dos benefícios sociais oferecidos pelo governo e raramente recebia algum dinheiro, acrescentou a promotoria.
Daniel Brown , de 33 anos, também teria participado dos abusos.