Corpo de piloto russo morto após derrubada de jato é recuperado

O corpo está sendo tratado de acordo com a tradição ortodoxa.

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O corpo do piloto russo que morreu após a derrubada de um jato do país pelo exército da Turquia foi recuperado pelas forças de segurança turcas neste sábado (28), e será entregue à Rússia quando ela solicitar, informou neste domingo (29) o primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu.

O corpo está sendo tratado de acordo com a tradição ortodoxa, acrescentou Davutoglu em entrevista coletiva em Ancara antes de partir a Bruxelas para uma reunião com líderes da União Europeia sobre a crise dos refugiados.

"Ontem à noite, por volta de 1h45, nos foi entregue o corpo na fronteira (com a Síria)", declarou o primeiro-ministro. "Com a contribuição de religiosos ortodoxos em Hatay (oeste da Turquia) foram realizadas as formalidades funerárias de acordo com sua tradição religiosa", indicou.

Davutoglu disse que com diferentes coalizões operando na Síria com objetivos diversos, incidentes similates ao ocorrido com o avião de guerra russo podem acontecer - a não ser que os países passem a compartilhar informações e a coordenar suas ações.

O outro piloto russo que viajava no avião de guerra foi resgatado com vida pelas forças especiais russas e sírias em território sírio após saltar do avião usando paraquedas.

Moscou nega que seu caça derrubado tenha violado o espaço aéreo turco, enquanto Ancara sustenta que essa aeronave, junto com uma segunda, foram advertidas em várias ocasiões e sobrevoaram a Turquia durante 17 segundos.

Sanções e crise


Neste sábado, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que prevê uma série de sanções econômicas contra a Turquia. A ação é reflexo da derrubada do jato russo.

As medidas incluem, entre outras coisas, a suspensão dos voos fretados entre Rússia e Turquia, a proibição de empregar turcos em empresas russas e o restabelecimento de vistos entre os dois países a partir de 1º de janeiro de 2016, revela o texto publicado pelo Kremlin.

Ao mesmo tempo, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, expressou tristeza diante do incidente e desejou que o caso, responsável pelo estremecimento da relação entre os dois países, nunca tivesse acontecido.

"Estamos verdadeiramente tristes por este incidente", afirmou o presidente na cidade de Balikesir, em discurso perante seus simpatizantes no oeste da Turquia. "Desejamos que não tivesse acontecido, mas aconteceu. Espero que nunca volte a acontecer algo como isto", acrescentou.

Apesar do novo posicionamento, Erdogan voltou a defender a atuação do exército turco. Reiterou também suas críticas à atuação da Rússia na Síria.

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