As mortes confirmadas no naufrágio da balsa Sewol, na Coreia do Sul, subiram para 226, após o resgate de cinco novos corpos nesta sexta-feira, enquanto os mergulhadores continuam trabalhando para encontrar os outros 72 desaparecidos.
Os mergulhadores da Guarda Costeira e da Marinha, e também alguns particulares, se concentraram hoje em buscas nas áreas do lado esquerdo e central do quarto e quinto andares da embarcação, que até o momento permaneciam inacessíveis, informaram os serviços de resgate.
As operações foram dificultadas pelo fortalecimento das correntes marinhas, que também ameaçam levar os corpos para longe do local do naufrágio. De fato, um dos corpos recuperados na madrugada de hoje, foi encontrado a cerca de quatro quilômetros do local do acidente.
Segundo os serviços de resgate, a força das correntes marinhas está cerca de 40% maior que a habitual. A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, garantiu hoje que pedirá desculpas novamente às vítimas do naufrágio e seus familiares.
A chefe de Estado já pediu perdão há alguns dias durante uma reunião de seu gabinete ministerial, depois das muitas críticas que o governo recebeu pelo gerenciamento da tragédia. No entanto, a oposição e alguns veículos da imprensa consideraram que suas desculpas aconteceram de maneira forçada e sem as formalidades suficientes.
Das 476 pessoas que estavam no Sewol, 325 eram estudantes de um instituto de ensino médio da cidade de Ansan, na periferia de Seul. Os funerais se multiplicaram nessa cidade nos últimos dias pelo elevado número de jovens mortos, que pode ser superior a 250, uma vez que todos os corpos sejam resgatados e identificados.
Acredita-se que a embarcação afundou depois de uma manobra brusca que deslocou todo o peso de sua carga para um lado, o que a desequilibrou e fez virar em pouco mais de uma hora.
O capitão foi criticado pela demora nos procedimentos de evacuação do navio no momento do acidente e permanece detido por supostamente ter deixado a embarcação e não ter zelado pela segurança dos passageiros.
Além disso, foram interrogados hoje vários membros da família que gerencia a empresa operadora da embarcação por suspeitas de corrupção, mas todos se negaram a responder as perguntas dos promotores e, por isso, mandados de prisão podem ser emitidos contra eles nas próximas horas.