Conselho de Transição da Líbia rejeita presença militar da ONU

Autoridades da União Europeia afirmaram que as forças pró-Khadafi são responsáveis pelo corte de suprimentos

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A liderança interina da Líbia rejeitou qualquer participação militar internacional no país, incluindo a presença de observadores desarmados, segundo o enviado especial da ONU à Líbia, Ian Martin.

"Não esperamos que haja uma requisição por observadores militares", disse ele após uma reunião do Conselho de Segurança.

"Está claro que os líbios querem evitar qualquer tipo de presença militar da ONU ou de outras organizações."

O líder do Conselho Nacional de Transição (CNT) afirmou que o país não precisa de ajuda externa para manter a segurança, enquanto o vice-representante da Líbia junto às Nações Unidas, Ibrahim Dabbashi, disse à BBC que a situação no país é única.

"Não é uma guerra civil, não é um conflito entre dois lados, é o povo se defendendo de uma ditadura."

Eleições

O enviado especial da ONU à Líbia afirmou, no entanto, esperar que o Conselho Nacional de Transição peça ajuda para a criação de uma força policial e para a organização de eleições, que estariam previstas para acontecer 240 dias depois que for declarada a libertação do país.

"É preciso lembrar (...) que não há nenhuma memória de eleições, não há um maquinário eleitoral, não há comissão eleitoral, nenhuma história de partidos políticos, não há sociedade civil independente, e a mídia independente só começou a surgir muito recentemente", disse Martin.

"Será um grande desafio organizacional e está claro que o CNT quer que a ONU tenha um papel importante no processo."

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que a crescente demanda por suprimentos na Líbia exige uma resposta urgente e pediu que o Conselho de Segurança reaja com rapidez a pedidos de financiamento da liderança interina.

Apesar de estoques de suprimentos médicos e alimentos escondidos pelo governo terem sido encontrados no fim de semana, ainda há falta d"água no país.

"Estima-se que 60% da população de Trípoli esteja sem água e saneamento", disse ele.

Autoridades da União Europeia afirmaram que as forças pró-Khadafi são responsáveis pelo corte de suprimentos.

Ultimato

Os líderes rebeldes deram um ultimato às forças leais ao coronel Muamar Khadafi, ameaçando com uma ofensiva militar se não houver rendição até sábado.

Boa parte da família do líder líbio está refugiada na Argélia desde segunda-feira, incluindo sua mulher e três de seus filhos.

O paradeiro de Khadafi permanece desconhecido. Há boatos de que ele estaria em Sirte, sua cidade natal, em Bani Walid ou em Sabha, ambas a sudoeste de Trípoli. Segundo o vice-líder do CNT, Ali Tarhouni, eles têm uma boa ideia de onde Khadafi esteja e estão confiantes de que vão capturá-lo.

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