O condado de Door, localizado no estado de Wisconsin, é conhecido como o "condado mais indeciso" dos Estados Unidos. Historicamente, não existe uma preferência clara entre candidatos democratas e republicanos na região.
Contudo, há uma característica única que chama a atenção: quem venceu as últimas sete eleições presidenciais em Door foi eleito presidente dos Estados Unidos. A apuração das eleições deste ano começa nesta terça-feira (5).
DOOR: O CONDADO MAIS INDECISO DOS EUA
Com uma população de cerca de 30 mil habitantes, Door está situado em uma península entre o Lago Michigan e a famosa Baía de Green Bay. Nas eleições de 2020, pouco mais de 20 mil eleitores votaram na região, o que, apesar de ser um número pequeno em comparação com o resto do país, conferiu a Door uma importância simbólica. O condado é considerado uma verdadeira "superstição eleitoral" nos Estados Unidos, acertando os resultados das últimas sete eleições presidenciais.
Apelidado de "o condado mais indeciso" dos Estados Unidos, Door tem acertado o resultado das últimas sete eleições presidenciais, tornando-se uma referência no cenário político. A região está situada em um estado-chave para a definição do próximo presidente, com a disputa entre Kamala Harris (candidata democrata) e Donald Trump (candidato republicano) ganhando cada vez mais destaque.
VITÓRIAS ACERTADAS
Em 2020, Joe Biden venceu Donald Trump em Door por uma diferença de menos de 300 votos. Já em 2016, Trump derrotou Hillary Clinton no condado com uma margem de apenas 500 votos. Em 2008, Barack Obama venceu John McCain por uma vantagem de 3 mil votos e, em 2012, superou Mitt Romney por pouco mais de 700 votos.
Em 2000 e 2004, o republicano George W. Bush foi o vencedor no condado, derrotando Al Gore e John Kerry por 1.200 e 600 votos, respectivamente. Em 1996, Bill Clinton, candidato do Partido Democrata, venceu o republicano Bob Dole por uma diferença de 600 votos.
O PAPEL DE DOOR NAS ELEIÇÕES DOS EUA EM 2024
Nas eleições deste ano, tanto democratas quanto republicanos têm observado um aumento no número de voluntários em Door, com ambas as campanhas intensificando seus esforços na região, conforme relatado pelo jornal The New York Times.
"Eu nunca vi tanto entusiasmo", afirmou Kris Sadur, uma democrata local, em entrevista ao jornal. "Tudo está mais intenso", acrescentou Stephanie Soucek, uma republicana da região.
De acordo com a imprensa norte-americana, há um equilíbrio nas propagandas eleitorais dos dois partidos em Door. O republicano Joel Kitchens, em entrevista ao programa "60 Minutes", da rede CBS, explicou que essa harmonia se deve à diversidade de Door.
"Somos uma representação transversal do estado, temos muitos moradores que vieram das cidades e dos subúrbios e se aposentaram. Temos uma forte comunidade agrícola, uma indústria pesada, e, como você pode ver, há muito dinheiro aqui. Mas também temos muitas pessoas que estão lutando", afirmou Kitchens.
O PERFIL ELEITORAL
A maioria da população de Door é branca e, nas eleições deste ano, o condado tem demonstrado um forte interesse em dois temas específicos: o combate à imigração ilegal e as garantias para o direito ao aborto.
Donald Trump tem prometido implementar a maior deportação em massa da história dos Estados Unidos, algo que tem atraído o apoio dos eleitores conservadores de Door. Por outro lado, Kamala Harris defende uma lei nacional para regulamentar o aborto, o que ressoa com os eleitores liberais e progressistas da região.
Apesar de toda a superstição em torno de Door e seu histórico de previsões eleitorais, nem Kamala Harris nem Donald Trump visitaram o condado durante a campanha presidencial deste ano.
QUEM ESTÁ NA VANTAGEM?
Nas eleições de 2024, o Wisconsin, onde está o condado de Door, tem 10 delegados do Colégio Eleitoral, e quem vencer no estado leva todos esses votos. Embora as pesquisas mais recentes indiquem uma ligeira vantagem para Kamala Harris, ambos os candidatos, Harris e Donald Trump, estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro.
No condado de Door, Harris aparece com uma pequena vantagem de quatro pontos, mas o diretor de pesquisas Charles Franklin alertou para possíveis erros nas pesquisas anteriores, que podem ter subestimado o apoio a Trump, o que torna o resultado ainda incerto.
Com informações do g1