Mísseis foram vistos cruzando o céu de Jerusalém neste domingo (15), em mais uma escalada do conflito entre Israel e Irã. O Irã lançou um novo ataque após Israel bombardear um campo de gás natural no Golfo Pérsico e instalações militares e energéticas em território iraniano, incluindo o Ministério da Defesa em Teerã.
Resumo dos ataques
O Irã retaliou atingindo áreas residenciais e bases militares em Israel. Mísseis danificaram prédios na planície costeira e no norte do país, incluindo um edifício de oito andares em Bat Yam, próximo a Tel Aviv. Estações de abastecimento da Força Aérea também foram alvos. Em resposta, Israel bombardeou alvos estratégicos no Irã, como o campo de gás South Pars e o depósito de petróleo de Shahran.
Segundo autoridades, os ataques deste domingo deixaram ao menos 13 mortos em Israel e 78 no Irã, além de centenas de feridos — a maioria civis.
O Exército de Israel afirma ter atingido mais de 80 alvos no Irã, mas a informação ainda não foi confirmada pela imprensa estatal iraniana.
Impactos e medidas de emergência
O sistema de defesa israelense, conhecido como “Domo de Ferro”, falhou em interceptar parte dos mísseis. Bombeiros trabalham no resgate em Jerusalém e combatem incêndios causados pelos ataques. Escolas foram fechadas e aglomerações proibidas. Apenas serviços essenciais seguem funcionando.
Segundo o Exército israelense, milhões de pessoas buscaram abrigos ao soar das sirenes. O governo declarou estado de alerta e mantém seu gabinete de segurança reunido.
O ministro da Defesa, Israel Katz, advertiu: “Teerã vai queimar” se os ataques continuarem.
Motivações e acusações
Israel justifica os bombardeios como um “ataque preventivo” contra o programa nuclear iraniano. Segundo Tel Aviv, o Irã estaria próximo de atingir o “ponto de não retorno” no enriquecimento de urânio, embora Teerã afirme que seu programa tem fins pacíficos. O Irã, por sua vez, acusa Israel e os EUA de mentirem e diz que os ataques não teriam ocorrido sem a permissão de Washington.
O Irã é o único país não-nuclear que enriquece urânio a 60% — suficiente, em tese, para produzir uma bomba. Israel, embora nunca tenha confirmado oficialmente, é apontado como possuidor de um arsenal nuclear.
Reações internacionais
• EUA: O ex-presidente Donald Trump afirmou estar ciente dos ataques e disposto a ajudar Israel.
• França e Reino Unido: Declaram apoio à autodefesa de Israel, mas defendem uma solução diplomática.
• Irã: Ameaçou atacar bases dos EUA, Reino Unido e França na região, caso se envolvam diretamente no conflito.
• China e Rússia: Condenaram a violação da soberania iraniana. Moscou se ofereceu para mediar, embora analistas considerem improvável o envio de ajuda militar ao Irã.
• Países árabes: A Arábia Saudita e Omã condenaram os ataques israelenses, classificando-os como uma escalada perigosa.
Apoio de grupos aliados do Irã
Hezbollah, Hamas e Houthi são apontados como potenciais aliados do Irã, mas analistas afirmam que esses grupos estão enfraquecidos após recentes ofensivas israelenses.
Crise política em Israel
Analistas acreditam que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenta usar o conflito como estratégia de sobrevivência política, diante de críticas internas e externas à condução da guerra em Gaza.