O cientista nuclear iraniano Majid Shariari morreu e outro acadêmico, Fereydun Abasi, ficou ferido nesta segunda-feira (29) em Teerã, em atentados que também feriram as mulheres das vítimas, informou a agência de notícias iraniana Fars.
A imprensa oficial do país acusou o governo israelense pelos ataques.
Shariari era professor de física na Universidade Shahid Beheshti e membro da sociedade nuclear do Irã. Ele e sua mulher estavam em seu automóvel ao nordeste de Teerã quando o atentado ocorreu.
Dois motociclistas colocaram uma bomba no carro, segundo a agência.
O professor Fereydoun Abbassi, físico especialista em raios laser, e sua mulher ficaram feridos em um atentado similar diante da Universidade Shahid Beheshti.
A agência oficial Irna, Shahriari era membro do Departamento de Engenharia Nuclear da Universidade Shahid Beheshti, uma das mais prestigiosas de Teerã.
O professor Abasi, doutor em física nuclear, além de professor, é pesquisador do Ministério da Defesa da Irã.
De acordo com o site conservador Mashreghnews, Abasi é um dos "poucos especialistas iranianos em separação de isótopos".
Nos últimos anos, vários cientistas iranianos morreram em atentados ou desapareceram misteriosamente.
No último ataque, em 12 de janeiro, morreu Masud Ali Mohamadi, físico de renome que era professor na Universidade de Teerã e também trabalhava para a Guarda Revolucionária, a tropa de elite das Forças Armadas iranianas.
Mohamadi morreu na explosão de uma moto-bomba quando saía de sua residência.
O atentado foi atribuído aos serviços secretos israelenses pelo governo iraniano.
Há alguns anos, o programa nuclear iraniano é uma fonte de tensão entre Teerã e os países ocidentais, que acusam o regime islâmico de ter como objetivo produzir armas atômicas.
O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) condenou em várias oportunidades o Irã e aprovou sanções econômicas contra o país.
Israel e Estados Unidos não descartam uma operação militar para conter o programa nuclear iraniano se este objetivo não for alcançado por meio da diplomacia e das sanções.