Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar no domingo (06/07) uma tarifa extra de 10% sobre países alinhados às "políticas antiamericanas do Brics", o governo da China respondeu com críticas à estratégia norte-americana. Em coletiva nesta segunda-feira (07), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que a imposição de tarifas “não é interessante para ninguém”.
A porta-voz também rebateu as declarações do republicano sobre o Brics, bloco formado por países em desenvolvimento, que reúne atualmente 11 nações. Segundo ela, o grupo não se orienta por antagonismos e não mira outros países.
“Sempre nos opusemos às guerras tarifárias e às guerras comerciais, e somos contra o uso de tarifas como ferramenta de coerção e pressão”, declarou Ning, ao reiterar o posicionamento chinês contra o protecionismo. O Brics é uma plataforma importante para a cooperação entre mercados emergentes e países em desenvolvimento. Ele defende a abertura, a inclusão e a cooperação vantajosa para todos. Não se envolve em confrontos entre campos e não tem como alvo nenhum país”, afirmou.
A ameaça de Trump foi publicada na rede Truth Social e amplia as tensões entre Washington e Pequim. O presidente norte-americano declarou que “qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics será cobrado com uma tarifa adicional de 10%”, sem detalhar os critérios dessa definição ou quais países seriam afetados.
ENTENDA
A medida reacende a guerra comercial entre Estados Unidos e China, iniciada em 2018, e que parecia ter entrado em fase de distensão no final de junho, quando Trump afirmou que havia assinado um acordo para encerrar a disputa. A nova ameaça, contudo, coloca em xeque a estabilidade das negociações.
A China, como principal potência econômica dentro do Brics, lidera iniciativas comerciais do bloco e vem defendendo a ampliação de parcerias baseadas no multilateralismo, longe de imposições unilaterais