Estudantes chilenos tentaram montar, nesta sexta-feira, um acampamento no leito seco do rio Mapocho, que cruza de oeste a leste a cidade de Santiago, mas foram desalojados pela polícia. A ação dos agentes rapidamente se transformou em um novo confronto, no qual alguns jovens chegaram a se jogar na água.
A intenção dos estudantes, que levaram barracas para o local, era fazer uma ocupação pacífica nos arredores do centro da capital chilena, em meio aos seus protestos pedindo uma educação pública gratuita e de qualidade.
Poucos minutos depois, um contingente policial rodeou o local e ordenou aos cerca de 30 estudantes que saíssem do leiro do rio, que nessa época tem um fluxo menor de água.
Um grupo de agentes desceu até o local e se lançou contra alguns estudantes que já estavam dentro d"água. A situação, então, foi controlada e os manifestantes foram retirados do leito do rio.
O comandante da polícia, Mario Rozas, justificou a ação na proteção dos menores, enquanto os estudantes denunciaram uma forte repressão. "A ação policial nessa ocasião foi totalmente desmedida. Vimos companheiros que foram atingidos", disse Alfredo Vielma, um porta-voz dos estudantes.
O jornal chileno La Tercera publicou que o porta-voz do governo, Andrés Chadwick, disse que eles não podem permitir que os jovens ponham em risco sua própria integridade física. "Nós não permitiremos que em lugarem onde existam riscos, onde jovens colocam em risco sua integridade física, ou podem sofrer algum tipo de lesão, não vamos permitir que se mantenham lá ou se utilizerm desses locais para desenvolver algum tipo de protesto, de manifestação, porque é perigoso para eles mesmos", explicou.
O protesto, segundo os manifestantes, foi contra "a classe política chilena" e se inclui no âmbito de um extenso conflito estudantil que já dura seis meses.
Os manifestantes pedem ao governo que proporcione educação pública para todos, não apenas para os mais pobres, e melhore a qualidade do ensino. Eles também querem que os subsídios do governo para as universidades privadas sofram redução.
O governo de Piñera afirmou que não pode fornecer educação de graça para todos os cidadãos, e, diante do impasse, os líderes do movimento romperam o diálogo com as autoridades.