O Chile é o país da América Latina com vacinação contra a Covid-19 em estágio mais avançado e deve começar por lá o retorno à normalidade, na América do Sul. Para economistas, são os índices de vacinação que dirão quando será possível uma volta segura ao trabalho, um crescimento da atividade econômica e volta ao patamar de criação de empregos.
Até esta quinta-feira (13), 46,4% dos chilenos haviam tomado a primeira dose da vacina e 38,5% tomaram a segunda dose. A meta do governo chileno é ter 80% da população do país vacinada até junho.
O resultado se deve, principalmente, aos contratos firmados rapidamente pelo presidente Sebastián Piñera com uma porção de fabricantes de vacinas, antes mesmo do final de suas fases de teste. Essa antecipação fez o país ser atendido na frente dos demais latinos. O acordo com a Pfizer, por exemplo, foi firmado em setembro e o carregamento inicial de vacinas entregue em dezembro. O primeiro chileno estava vacinado antes do Natal.
Para economistas e analistas políticos, apesar de o Chile passar, no momento, por uma severa segunda onda de contágios, os próximos meses do país serão um excelente observatório para o planejamento do Brasil em sua saída da crise.
Além de o aumento de casos por lá demonstrar que medidas de contenção ainda serão necessárias por algum tempo, os dois países são dependentes do setor de serviços para a retomada do crescimento e grandes exportadores de commodities, que estão com preços em alta no mercado internacional.
Não bastasse, a vacina mais utilizada hoje no Chile é a dominante também por aqui: a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac. A efetividade da vacina no mundo real, portanto, também será acompanhada de perto pelos analistas brasileiros.