Caso do dissidente: Presidente da China pede respeito aos EUA

A China pediu na véspera aos Estados Unidos que “deixassem de induzir ao erro a opinião pública” no caso Chen Guangcheng.

Presidente Hu Jintao | Minoru Iwasaki/ AFP
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O presidente chinês, Hu Jintao, defendeu nesta quinta-feira o respeito mútuo entre Estados Unidos e China, na abertura do diálogo estratégico e econômico sino-americano, marcado pelo delicado caso do dissidente Chen Guangcheng.

Na abertura dos dois dias de discussões diplomáticas e econômicas em Pequim, Hu pediu às duas maiores potências econômicas do planeta que cooperem, e advertiu que qualquer problema nas relações bilaterais supõe "graves" riscos para o mundo.

A China pediu na véspera aos Estados Unidos que "deixassem de induzir ao erro a opinião pública" no caso Chen Guangcheng, após a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, declarar a persistência do compromisso americano com o militante dos direitos civis.

Nesta quinta-feira, em Pequim, Clinton pediu à China que respeite as "aspirações" e a "dignidade" de seus cidadãos, na inauguração do diálogo estratégico e econômico.

Dissidente

Sem citar Chen Guangcheng, que na quarta-feira abandonou a embaixada dos Estados Unidos em Pequim, onde estava refugiado, Clinton afirmou que todos os governos "devem responder às aspirações de seus cidadãos em relação à dignidade e ao estado de direito". "Nenhum país pode, nem deve, negar estes direitos" a seu povo.

O militante cego saiu da embaixada dos EUA, onde permaneceu por seis dias, após receber garantias do governo chinês sobre sua segurança.

Horas após abandonar a embaixada, o dissidente declarou à imprensa que foi induzido por funcionários americanos a sair da sede diplomática.

"A Embaixada esteve todo o tempo me pressionando a abandonar o local, e prometeu que haveria gente comigo no hospital, mas quando cheguei ao quarto esta tarde, todos haviam partido", revelou o dissidente.

O dissidente escapou da prisão domiciliar em 22 de abril, na província de Shandong, após quatro anos de confinamento, e sua presença na embaixada dos EUA provocou uma crise entre Washington e Pequim.

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