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Caso Al Jazeera: Jornalista palestino deixou mensagem para ser publicada após morte

No texto, ele dizia: “Se você está lendo isto, saiba que Israel conseguiu me matar e silenciar minha voz. Deus sabe que usei todas as minhas forças para ser a voz do meu povo.”

Jazeera Anas Al-Sharif, jornalista da Al Jazeera | Foto: Reprodução
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Logo após a morte do jornalista da Al Jazeera Anas Al-Sharif, uma publicação apareceu em sua conta na rede social X, que foi apresentada como seu “testamento e mensagem final”. Com informações da CNN.

No texto, ele dizia: “Se você está lendo isto, saiba que Israel conseguiu me matar e silenciar minha voz. Deus sabe que usei todas as minhas forças para ser a voz do meu povo.”

A mensagem ainda contava que ele viveu a dor, sofrimento e perdas muitas vezes, mas nunca deixou de mostrar a verdade sem mentiras ou distorções.

"JOIA DO MUNDO"

Anas falou da Palestina como “a joia do mundo muçulmano” e “o coração de todos que querem liberdade”. Ele lembrou das crianças inocentes que nunca tiveram a chance de sonhar ou viver em paz.

“Não esqueçam Gaza, e também não se esqueçam de mim nas suas orações sinceras”, terminou a mensagem.

A morte do jornalista aconteceu após o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) mostrar preocupação com sua segurança no mês passado. Desde o começo da guerra, 186 jornalistas foram mortos.

A guerra em Gaza começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, matando 1.200 pessoas e levando 251 reféns. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva com bombardeios e ataques terrestres para recuperar os reféns e combater o Hamas.

A guerra destruiu grande parte de Gaza e forçou quase 2 milhões de pessoas a deixarem suas casas, o que corresponde a mais de 80% da população local, segundo a ONU.

Pelo menos 61 mil palestinos foram mortos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que não diferencia civis e combatentes, mas diz que mais da metade das vítimas são mulheres e crianças. Israel afirma que cerca de 20 mil dessas mortes são de combatentes do Hamas.

Alguns reféns foram libertados após acordos de cessar-fogo e ações militares, mas acredita-se que cerca de 50 ainda estejam em Gaza, com cerca de 20 vivos.

Enquanto a guerra continua, a situação humanitária piora. A ONU informa que mais de mil pessoas morreram tentando conseguir alimentos desde maio, quando Israel mudou a forma de distribuir ajuda em Gaza.

Com a falta de comida, mortes por fome são frequentes. Israel diz que a guerra pode acabar se o Hamas se render, mas o grupo pede melhorias na situação para negociar.

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