Um casal americano acusado de matar de fome sua filha adotiva Gloria, de 8 anos, para traficar os órgãos da menina, deverá permanecer no Qatar à espera de um veredicto, previsto para o dia 27 de março, informou nesta quarta-feira (5) uma fonte judicial.
O tribunal do Qatar rejeitou o pedido de Matthew e Grace Huang ? americanos de origem asiática e residentes no país árabe desde 2012 por motivos trabalhistas ? de retornar aos Estados Unidos para se reunir com seus outros dois filhos.
Os acusados, detidos pela morte de Gloria em janeiro de 2013, saíram em liberdade em novembro. No entanto, eles não podem deixar o país.
O casal defende sua inocência e diz que a menor ? natural de Gana, na África, e adotada em 2009 ? tinha problemas de alimentação. A garota morreu no dia 15 de janeiro do ano passado, de forma súbita.
O procurador-geral exige a pena de morte para Matthew e Grace, embora não tenham ocorrido execuções no Qatar nos últimos anos, segundo a defesa.
"Perdemos nossa filha (...) e esse tribunal nos roubou um ano de nossas vidas. Somos inocentes, nos sentimos como se tivessem nos sequestrado. Só queremos voltar para casa", declarou Matthew a jornalistas após a audiência.
Segundo um site de partidários do casal, a menina, que vivia em um orfanato de Gana, tinha problemas de alimentação em decorrência da "situação de pobreza extrema que vivenciou durante sua infância".
Os outros dois filhos de Matthew e Grace, também adotados e de origem africana, obtiveram autorização para viajar aos Estados Unidos com a avó em outubro do ano passado.