Um executivo brasileiro foi libertado pela polícia de Joanesburgo nesta quinta-feira (28), após ser mantido em cativeiro por dois dias. Osmar Pereira, que tem 58 anos e trabalha numa companhia de madeira da cidade de Belém (PA), foi sequestrado na última terça (25), assim que desembarcou no Aeroporto Internacional OR Tambo. Seis nigerianos foram presos. O brasileiro foi torturado durante dois dias e teve o corpo queimado com ferro de passar roupas.
O brasileiro viajou à África do Sul motivado pela intenção de fechar um negócio milionário no país da Copa do Mundo. Mas a proposta não passava de uma isca dos criminosos. Ao chegar, percebeu que tinha caído em um golpe ? chamado pelos africanos de ?419scam? ? e foi sequestrado. Ele foi levado para uma casa no distrito de Kensington, 40 minutos a leste do centro de Joanesburgo.
De lá, os criminosos usavam o computador portátil do brasileiro para se comunicar com a empresa dele e pedir que o valor de US$ 1 milhão (equivalente a R$ 1,8 milhão) fosse depositado. Com a negativa da companhia, os sequestradores passaram a torturar a vítima, colocando ferro de passar roupa quente no seu peito, abdome e pés. Segundo fontes ligadas à embaixada brasileira, em Pretória, ele precisou ser hospitalizado, por estar com ferimentos graves, mas já recebeu alta e está se recuperando em um hotel.
A polícia especial da África do Sul, a Hawkes, só conseguiu localizar o cativeiro graças ao caso de um executivo sul-coreano que caiu no mesmo golpe e tinha ficado confinado na mesma casa. O oriental pagou resgate de US$ 70 mil (R$ 128,7 mil) e foi libertado no último dia 19.
Os nigerianos deverão comparecer a uma audiência na corte de Joanesburgo na segunda-feira (31).