O esportista André Sementile, morador de Balneário Camboriú, no Litoral Norte do estado, morreu durante um salto de base jump na Noruega. A morte ocorreu na quarta-feira (18). O pai, José Roberto Sementile, confirmou que Andrezão, como era conhecido, bateu em uma pedra cerca de quatro segundos depois de saltar de um penhasco na cidade de Rauma, Norte norueguês. Ele estava de férias e viajou com amigos para praticar o esporte. A volta estava programada para o dia 24 de julho.
Ele nasceu em Bauru (SP) e tinha 34 anos. Durante a infância e adolescência, a família morava em Marília (SP) e passava as férias no litoral catarinense. Depois, ele decidiu fazer a graduação de engenharia elétrica na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e morar no estado. Era dono de uma imobiliária em Itajaí e praticava este e outros esportes havia 17 anos. "Ele praticou esportes desde sempre, motovelocidade, mountain bike, paraquedismo, base jump e outros", conta o pai, que também explica que o filho era muito cuidadoso.
À Noruega, era a 3ª viagem, como também já tinha viajado para outros países, como Itália e Suíça, em que há locais apropriados para a prática de base jump. "Ele tinha muitos amigos e conhecia muita gente de todos os lugares, por isso viajava bastante para saltar e para ensinar o esporte", afirma. Na internet, foram postados alguns vídeos dos saltos dele.
O base jump é uma modalidade de salto em penhascos, prédios altos, antenas de transmissão e pontes. O praticante, conhecido como base jumper, utiliza um paraquedas adaptado. Não há equipamento reserva, já que a altura geralmente é baixa e não haveria tempo para abertura de um segundo paraquedas. Enquanto a altura de um salto normal é cerca de 4 mil metros, um base jumper pula de 80 a 100 metros. Por isso, é considerado um dos esportes mais perigosos do mundo e proibido em diversos países, inclusive no Brasil.
Segundo o pai de André, o filho conhecia os riscos e por isso costumava tomar todos os cuidados possíveis. "Se ele chegava ao local e havia muito vento, ele não saltava, checava os equipamentos, conhecia os lugares e não costumava se arriscar se não tivesse segurança. Não entendemos como isso aconteceu", conta ele. Ainda não há informações das causas do acidente.
Pela dificuldade de trazer o corpo para o Brasil, a família decidiu pela cremação na Noruega. "Um amigo do Rio de Janeiro, que estava com ele, está cuidando dos trâmites. As cinzas devem chegar a Santa Catarina em uma semana", acredita o pai.