A brasileira Caroline Gonçalves, 28, grávida de cinco meses que sobreviveu à queda do voo 8250 na ilha de San Andrés, na Colômbia, será removida para uma clínica em Bogotá.
Por telefone, o marido de Caroline, Thiago Cavalcanti, 27, disse que a esposa dele, que está grávida do primeiro filho, tem evoluído bem, mas ainda há risco de perder o bebê. ?[Os médicos] disseram que o quadro dela está evoluindo para melhor, que vai ser removida e lá [em Bogotá] é que vão ter condições de examinar se vai poder pegar outro voo para o Brasil.?
Na tarde desta terça-feira (17), segundo o marido, Caroline deve fazer um novo exame de ultrassom para avaliar como o bebê evoluiu entre ontem e hoje. ?Ela sofreu mais pelo choque [com o acidente], sentiu algumas dores, mas não tem nenhum machucado visível?, disse.
Junto com o casal de amigos Ramiro Alves Branco Lobo de Almeida e Catherine Silva Lobo, os quatro brasileiros viajavam de Bogotá para a ilha colombiana de San Andrés, no Caribe, na madruga de domingo para segunda.
A cerca de 80 metros da cabeceira da pista, o Boeing 737-700 da companhia Aires, que enfrentava uma forte tempestade, teria sido atingido por um raio, segundo testemunhas, e se partiu em três pedaços ao atingir a pista. Ao todo, 121 passageiros e seis tripulantes que estavam no avião se salvaram. Uma mulher de 73 anos sofreu um infarto e morreu a caminho do hospital.
?Foi bastante rápido. [O avião] estava se preparando para descer. Não tinha sido avisado nada, nenhuma pane, nada de emergência. Simplesmente, o avião quando se chocou com a pista, começou a se desmantelar. As pessoas comentam que um raio atrapalhou a aeronave ou o sistema de iluminação da pista e ele perdeu a altura e bateu na cabeceira da pista. Mas dali mesmo, ele andou pouco e já se partiu?, relata Thiago.
Dormindo
O brasileiro, que é tenente do Exército, disse não ter percebido nenhum clarão antes da queda, como outros passageiros do voo. ?Eu não vi porque estava dormindo e acordei poucos minutos antes de descer com uma pressão muito grande nos ouvidos. Minha esposa estava tranqüila, feliz que estávamos chegando para o passeio, se preparando para descer?, conta.
Thiago disse ter corrido muito com a esposa e, já foram do avião, encontraram os amigos Ramiro e Catherine, que haviam deixado a aeronave antes. ?Nosso maior medo era que explodisse o avião. Então assim que parou, tamanho era o fogo que o pensamento na hora era de sair, sair dali com medo de que o avião explodisse na nossa cara ou com nós dentro.?
Os dois casais, que passariam uma semana de férias em San Andrés, agora pensam como retornarão ao Brasil, já que documentos e outros pertences ficaram no avião acidentado. Mas para Thiago, essa não é uma preocupação. ?Minha prioridade agora é a saúde da minha esposa e do nosso filho. Não tenho pressa em sair daqui.?