Brasileira é julgada na França por matar companheiro envenenado

Processada por homicídio, Denize Soares, que nega os fatos, é suspeita de ter dado a Sèbastian, 31 anos, doses letais de cianeto.

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Uma brasileira de 42 anos deverá comparecer a partir desta quinta-feira ao Tribunal de Isère (sul da França) por ser acusada de ter envenenado em 2004 o seu companheiro francês, cujo corpo foi encontrado quatro anos depois enterrado em uma duna no Brasil, após uma longa investigação.

Processada por homicídio, Denize Soares, que nega os fatos, é suspeita de ter dado a Sèbastian, 31 anos, doses letais de cianeto e de ter escondido o seu corpo, enquanto estavam de férias no Brasil, em agosto de 2004.

A mulher viajou com a vítima e o filho do casal, de 18 meses, para apresentá-lo à sua família em Salvador, Bahia. Ela retornou à França três semanas depois sem o parceiro.

Denize contou aos sogros, com quem trabalhava em uma floricultura na cidade de Grenoble, que o filho "adorou o charme do Brasil e decidiu prolongar a sua estadia", antes de mudar diversas vezes a sua versão.

Os pais receberam vários cartões postais escritos pelo filho. Mas, a investigação revelou que a correspondência foi enviada pela própria Denize dias depois do desaparecimento de Sèbastian.

O casal também contou aos investigadores que a nora havia lhes mostrado um vídeo, no qual o filho falava sobre a sua intenção de se estabelecer no Brasil. As imagens, gravadas no dia 17 de agosto, dia presumido da morte de Sébastien, mostravam o jovem aparentemente sob o efeito de medicamentos.

Sem receberem nenhuma ligação telefônica do filho por 8 meses e sabendo do saque de 10 mil euros de sua conta bancária, os pais de Sébastien finalmente foram para o Brasil em 2005.

Após descobrirem que ninguém morava no endereço indicado e que todos pensavam que Sébastien estava na França, prestaram queixa nas polícias francesa e brasileira, que iniciaram uma longa investigação de 4 anos.

Os investigadores da polícia judiciária de Grenoble notaram que a acusada tinha retirado 34 mil euros das contas de seu companheiro sem ter procuração legal. Também revelaram transações "fraudulentas" ligadas a dois seguros de vida, que lhe renderam mais 50 mil euros.

Presa em setembro de 2006, Denize Soares foi posta em liberdade um ano depois por falta de provas e ausência de cadáver. Antes da prescrição do caso, em abril de 2008, um testemunho inesperado provocou uma reviravolta na investigação.

Um homem afirmou aos investigadores que um irmão de Denize confessou a ele ter ajudado a esconder o corpo na areia. Com as indicações da testemunha, a polícia encontrou o corpo em uma área isolada em Salvador.

O irmão de Denize confessou à polícia que ela o pediu para comprar o veneno, que foi colocado na cerveja do companheiro. Depois, ela pediu para que ele lhe ajudasse a esconder o corpo. Denize Soares foi detida pela segunda vez e colocada em prisão preventiva.

O irmão dela, que será julgado no Brasil por cumplicidade no crime, será ouvido no julgamento desta quinta-feira através de videoconferência.

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