Um juiz americano negou nesta quarta-feira à defesa de Dzhokhar Tsarnaev, suposto coautor dos atentados cometidos há um ano durante a Maratona de Boston, reduzir o número de acusações contra ele, algumas das quais passíveis da pena capital.
O juiz George A. O"Toole considerou que ainda é prematuro reunir ou rejeitar algumas das 30 acusações contra ele, entre as quais o uso de uma arma de destruição em massa e a morte de três espectadores da maratona e de um policial dias depois, durante uma espetacular fuga de quase 24 horas.
A audiência preparatória aconteceu um dia depois do atentado completar um ano e a cidade lembrar em homenagens as vítimas da tragédia. Neste ano, a maratona será realizada no dia 21 de abril.
Tsarnaev, de 20 anos, não compareceu na audiência. Marc Fucarile, uma das vítimas do ataque, que teve a perna direita amputada acima do joelho, apresentou-se no tribunal mas não fez comentários.
O juiz também rejeitou hoje o pedido da promotoria para que Tsarnaev não possa ver informação e fotos da autópsia das vítimas durante o julgamento, que está previsto para começar em 3 de novembro.
A equipe da defesa criticou o fato de um agente do FBI estar sempre presente durante as visitas das irmãs do acusado, ao alegar que isso cria uma "atmosfera asfixiante" e "neste caso as relações familiares serão fundamentais".
Na audiência, que durou pouco mais de uma hora e contou com um público de cerca de 50 pessoas, a defesa deixou antever qual será sua estratégia durante o julgamento contra Tsarnaev.
Os representantes de Dzhokhar argumentaram que seu irmão mais velho, Tamerlan, que morreu na perseguição com a polícia, tinha um forte influência sobre ele, algo que poderia ser utilizado como atenuante para o livrar da pena de morte.
"Neste caso se deverá determinar a motivação e quem foi o líder participante", disse a defesa, para quem a possibilidade de Tamerlan ser o autor de um triplo assassinato em 2011 pode ter sido uma forte influência para que seu irmão se deixasse levar por ideias radicais islâmicas e planos de provocar um massacre na maratona.