Bombardeio israelense mata cerca de 19 refugiados em escola da ONU;saiba

Palestinos coletaram partes de corpos em sala de aula da escola Abu Hussein, onde 19 morreram após ataque de Israel

Crianças recebem tratamento após bombardeio | Reuters
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Bombardeios israelenses atingiram nesta quarta-feira uma escola administrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em um campo de refugiados da Faixa de Gaza, matando pelo menos 19 pessoas e ferindo cerca de outras 125 que se refugiavam no local, disse um funcionário da entidade.

O sangue se espalhava pelo chão e os colchões dentro das salas de aula enquanto alguns sobreviventes vasculhavam montes de vidros estilhaçados e destroços em busca de corpos para enterrarem.

O diretor da UNRWA (agência da ONU para refugiados palestinos no Oriente Médio), Khalil al-Halabi, disse que cerca de 3.000 palestinos estavam refugiados na escola, no campo de refugiados de Jabaliya, quando cinco projéteis lançados por tanques atingiram o local.

Abaixo, palestinos coletam partes de corpos em sala de aula da escola Abu Hussein, onde 19 morreram após ataque de Israel.

Israel diz que soldados revidaram ataque de militantes

Em uma primeira explicação, os militares israelenses disseram que militantes próximos à instalação atiraram bombas de morteiro e as forças israelenses foram obrigadas a revidar.

"Mais cedo nesta manhã, militantes atiraram projéteis de morteiros contra soldados (israelenses) a partir dos arredores da escola da UNRWA em Jabaliya. Em resposta, os soldados atiraram em direção à origem dos disparos, e nós ainda estamos analisando o incidente", disse uma porta-voz militar.

Esconderijo de armas

A UNRWA disse nesta terça-feira que encontrou um esconderijo de foguetes em uma de suas escolas na Faixa de Gaza e deplorou aqueles que colocaram o material no local.

O porta-voz da agência, Chris Gunness, condenou os responsáveis ​​por colocar civis em perigo armazenando os foguetes na escola, mas não culpou especificamente ninguém em particular.

"Condenamos o grupo ou grupos que colocaram civis em perigo, escondendo essas munições em nossa escola. Esta é mais uma flagrante violação da neutralidade de nossas instalações. Apelamos a todas as partes em conflito que respeitem a inviolabilidade da propriedade da ONU", disse Gunness em um comunicado.

Israel tem alvejado algumas instalações da agência durante os combates na atual campanha de 22 dias contra militantes islâmicos na Faixa de Gaza e chegou a dizer no passado que a propriedade da ONU foi utilizada para fins hostis.

Mais de 1.200 palestinos, a maioria civis, e 53 soldados israelenses foram mortos na ofensiva com a qual Israel tenta neutralizar a ameaça de ataques militantes e o lançamento de foguetes contra o seu território.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou indignação na semana passada com a descoberta de 20 foguetes em uma escola vazia da agência e em outra escola uma semana antes.

Gunness disse que a organização convocou um especialista em munições para eliminar os foguetes e garantir a segurança da escola, mas acrescentou que ele não pode acessar o local devido aos combates na área.

Papa Francisco: "Basta com todas essas mortes de crianças"

"Basta com todas essas mortes de crianças. É hora de parar", afirmou o papa Francisco durante sermão no Vaticano. Na semana em que o mundo relembra o início da Primeira Guerra Mundial, o papa exortou os líderes do mundo a "trazer à mente as lições do passado". "Que Deus dê às pessoas e seus líderes a sabedoria e a força para seguir no caminho da paz com determinação, resolvendo seus desentendimentos com a tenacidade do diálogo", disse.

"Chega de guerra. Eu penso sobretudo nas crianças, cuja esperança e futuro são arrancados delas. Crianças mortas, crianças feridas, crianças orfãs, crianças que brincam em meio aos destroços da guerra e não são capazes de sorrir. Por favor, parem, peço com todo o meu coração", disse o papa.

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