Quatro anos atrás, Barack Obama conseguiu o controle do Partido Democrata ao retratar o ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) como símbolo de uma política desatualizada.
Agora no poder, Obama está pedindo ajuda a ele à medida que os republicanos se preparam para o ataque.
O 44º presidente está alistando o 42º presidente para validar sua liderança e ajudar a arrecadar fundos para sua campanha de reeleição.
Ao invés de vê-lo como uma relíquia, Obama está abraçando Bill Clinton como um homem sábio que pode tranquilizar o público geral e os ricos doadores necessários para vencer. Os últimos dias marcaram uma parceria notável entre os dois presidentes, apesar de uma relação tensa.
Na sexta-feira passada (27), o comitê de campanha de Obama divulgou um vídeo narrado por Bill Clinton atestando a ousadia da decisão tomada pelo presidente no ano passado de enviar helicópteros ao Paquistão para matar Osama bin Laden.
Na noite de domingo (29), Obama se juntou a Clinton para um evento de arrecadação de fundos com a intenção de atrair os doadores do ex-presidente e unir duas alas do partido que coexistiram de maneira inquieta desde 2008.
David Axelrod, estrategista de longa data de Obama, disse que a união de esforços mostra que os dois homens forjaram uma forte relação nos últimos anos.
"Quando você é presidente, há pessoas que realmente entendem as exigências do seu trabalho", afirmou.
Alguns democratas retratam a aliança como algo apenas necessário.
"Depois que Obama deixar a presidência, duvido que eles vão tirar férias em família juntos", disse um ex-assessor de Clinton que também trabalhou para o atual presidente e pediu para não ser identificado. "Mas Clinton acredita que é fundamental para o país que ele seja reeleito, e fará o que puder para que isso aconteça."
Outro democrata que trabalhou para ambos os políticos afirmou: "Não há grandes desentendimentos, mas Bill Clinton não é estúpido. Ele sabe que se puder dar um pouco de sua aprovação de mais de 60% para Obama, e Obama se sair bem, isso também o ajudará. E também ajudará sua mulher."
Hillary Rodham Clinton, que perdeu a indicação democrata para Obama em 2008 e entrou para seu governo como secretária de Estado, deixou claro que não continuará no cargo depois deste mandato. Mas, nos últimos meses, pessoas próximas a Clinton disseram que ela deixou a porta aberta para concorrer novamente em 2016, uma campanha que se beneficiaria da ajuda de Obama.