O jovem Salvador Ramos, de 18 anos, autor do massacre em uma escola primária em Uvalde, no Texas, Estados Unidos, nesta terça (24), teve uma adolescência marcada por agressividade. De acordo com a imprensa estadunidense, ele sofria bullying na escola por ser gago, além de ter sérios problemas familiares.
Após completar 18 anos, no último domingo (22), Ramos comprou dois fuzis. O resultado foi a invasão à Robb Elementary School e o assassinato de 21 pessoas, sendo 19 crianças e dois adultos. Em seguida, foi morto pela polícia.
Antes de cometer o atentado, Ramos atirou contra a própria avó, segundo informações do governador do Texas, Greg Abbott. A mulher, que não teve a identidade revelada, foi transferida para o Hospital Universitário de San Antonio em “estado crítico”.
Ainda na escola, o jovem se envolveu em inúmeras brigas com colegas. À noite, tinha o hábito de sair com um amigo para jogar ovos em carros.
Em uma determinada ocasião, Ramos publicou nas redes sociais uma foto usando um delineador no olho; foi alvo de comentários homofóbicos.
Conforme vizinhos, a mãe do atirador tinha problemas com o uso de drogas. Meses atrás, Ramos foi morar com a avó, de acordo com reportagem de Rafael Balago, na Folha de S.Paulo.
Autoridades se pronunciam
Ainda na noite de terça, o presidente Joe Biden voltou a criticar o lobby das armas nos Estados Unidos e defendeu o controle no acesso a armamentos.
“Estou cansado disso. Por que estamos dispostos a viver com essa carnificina? Por que continuamos deixando isso acontecer? A ideia de que um garoto de 18 anos possa comprar dois fuzis é errada. Fabricantes estão há décadas oferecendo agressivamente armas que geram enormes lucros. Quando, em nome de Deus, vamos nos levantar e enfrentar o lobby das armas?”, questionou Biden.
O papa Francisco declarou que está de coração partido e pediu pelo fim da circulação indiscriminada de armas. O porte de armas é garantido pela Constituição dos Estados Unidos.