O ator norte-americano Kevin Yungman, de 32 anos, foi condenado nesta quinta-feira (1º) a cinco anos de prisão por estuprar e agredir uma brasileira de 19 anos em Dublin, na Irlanda. O crime ocorreu em junho de 2018, mas Yungman só foi detido em agosto de 2024, nos Estados Unidos, onde morava na Flórida. Ele foi extraditado no ano passado e julgado pela Justiça irlandesa.
Relação marcada por violência
Segundo o jornal Irish Times, o ator conheceu a jovem brasileira em Paris, cerca de três meses antes do estupro. Na época, ela trabalhava na capital irlandesa. Os dois teriam mantido uma relação sexual consensual inicialmente, mas a brasileira relatou que o ator passou a apresentar comportamentos agressivos, como enforcamento durante o ato.
A vítima afirmou que se assustou com a atitude e foi informada por Yungman que se tratava de uma “técnica” que ele usava, alegando que quando alguém desmaia “parece que usou drogas”.
Abuso e prisão
Meses depois, o reencontro em Dublin terminou com o abuso sexual da jovem. Yungman foi preso no aeroporto, pouco após o crime. Em sua defesa, o ator alegou que o sexo havia sido consensual — versão que não convenceu o tribunal.
Durante o julgamento, a vítima relatou traumas psicológicos profundos, como ansiedade, pensamentos suicidas e perda de fé religiosa. Ela contou que conheceu Yungman em um momento de vulnerabilidade, após perder os pais, e afirmou que foi manipulada.
“Aos 19 anos, eu não entendia direito o que estava acontecendo. Olhando para trás, eu estava vulnerável quando o conheci e ele viu isso em mim. Isso foi manipulação e não minha culpa”, disse a brasileira no tribunal.
Desculpas e responsabilização
A mãe de Kevin Yungman esteve presente na audiência e se dirigiu à jovem em lágrimas:
“Do fundo do meu coração, e como mãe e mulher, quero pedir desculpas. Não há nada que eu possa dizer que vá apagar a dor. Ouvi cada palavra e sinto sua dor.”
Ela destacou que criou os filhos para saberem “a diferença entre certo e errado” e reforçou que o filho precisa responder por seus atos.
Antes da prisão, Yungman havia atuado em comerciais e papéis menores em produções de TV e cinema nos Estados Unidos, além de trabalhar como dublador. Sua trajetória artística foi interrompida após a investigação e o processo judicial.