Ataques terroristas do 11 de Setembro completam 9 anos

EUA lembra as quase 3.000 vítimas em meio a polêmicas com mundo islâmico

Torres Gêmeas (ao fundo) soltam fumaça após ataque | AP
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Os Estados Unidos lembram neste sábado (11) o nono aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, episódio que chocou o mundo no começo do século 21, considerado um dos mais importantes fatos da história contemporânea.

Nos atentados executados por extremistas islâmicos da Al Qaeda, sob coordenação de Osama Bin Laden, aviões de passageiros pilotados por extremistas bateram contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e contra o Pentágono (sede do comando militar americano), nos arredores de Washington.

No entanto, o que em anos anteriores foi realizado com solenidade e tranquilidade, as homenagens para as quase 3.000 vítimas acontecem, neste ano, em meio a polêmicas com o mundo islâmico. Entre as com maior apelo internacional, estão a queima de exemplares do Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos) por evangélicos na Flórida, cancelada no fim desta sexta-feira (10), e a construção de uma mesquita perto do Marco Zero, local onde ficavam as Torres Gêmeas.

Mesmo assim, autoridades planejam cerimônias nos dois locais onde aconteceram os ataques, assim como na área deserta da Pensilvânia onde caiu o quarto avião sequestrado pela Al Qaeda. O presidente Barack Obama deve assistir ao ato no Pentágono, enquanto a primeira-dama, Michelle Obama, irá com sua antecessora, Laura Bush, a Shanksville, na Pensilvânia.

O vice-presidente, Joe Biden, estará em Nova York para participar do maior ato comemorativo no local no Marco Zero, onde morreram 2.752 pessoas. Essa cerimônia será interrompida em quatro ocasiões com um minuto de silêncio, coincidindo com a hora em que os dois aviões se chocaram com os prédios.

O ambiente em que serão realizados estes eventos está mais pesado que em anos anteriores, segundo o presidente Obama.

O presidente disse que a data representa "uma oportunidade excelente" para se refletir sobre a tolerância religiosa, em referência ao pastor radical Terry Jones, da Flórida, que convocava fiéis a queima de cerca de 200 exemplares do Alcorão hoje.

Obama criticou Jones por "pôr em perigo" as tropas americanas que combatem no exterior, encorajando o extremismo islâmico.

Após vários apelos de líderes políticos, e o episódio desta sexta no Afeganistão, onde milhares de pessoas enfurecidas atiraram pedras contra uma base da Otan (aliança militar do Ocidente) deixando um homem morto, o pastor cancelou o evento.

Mesquita próxima ao Marco Zero desagrada conservadores

A construção de um centro islâmico perto do Marco Zero, de Nova York, colocou os muçulmanos, nove anos depois do 11 de Setembro, em uma complicada situação com o surgimento de uma forte corrente contra o projeto nos EUA.

Mesmo com o apoio do presidente Obama, que defende o direito dos cidadãos "praticarem sua religião livremente", políticos da oposição e até mesmo do partido governista, como o líder democrata no senado, Harry Reid, são contra a construção alegando desrespeito às vítimas dos atentados.

Em entrevista ao R7, diretor de comunicação do Conselho de Relações Islâmicas Americanas (Cair, na sigla em inglês), Ibrahim Hooper, aponta um crescimento extraordinário da rejeição ao Islã nos EUA, fenômeno chamado por entidades de ?islamofobia? (aversão ao islamismo).

- Até mesmo depois do 11 de Setembro a gente não via um nível de rejeição tão alto.

De qualquer maneira, são muitas vozes que apelam à liberdade religiosa e a tolerância apoiam a construção da chamada Casa Córdoba, centro comunitário islâmico que contará com uma mesquita, além de oratórios judeus e cristãos.

Mas a oposição também é grande, mostrando que, nove anos após os ataques, ainda há muitas feridas abertas.

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