Um ataque com um caminhão na cidade de Nice, no sul da França, deixou dezenas de mortos e feridos nesta quinta-feira (14), quando a multidão comemorava o feriado da Tomada da Bastilha, maior festa nacional.
Segundo o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, ao menos 80 pessoas morreram, entre as quais várias crianças. Há ainda 18 feridos com gravidade.
O presidente francês, François Hollande, afirmou em Paris que o "caratér terrorista do ataque não pode ser negado".
Logo após a queima de fogos do dia 14 de julho, um caminhão atropelou as pessoas que enchiam uma avenida à beira-mar por volta das 23h (horário local). Segundo testemunhas, enquanto avançava contra a multidão, o motorista abriu fogo contra as pessoas que estavam no local.
Ele ainda desceu do veículo e efetuou mais disparos contra a população. De acordo com o Ministério do Interior, o motorista foi morto a tiros por forças de segurança.O motorista do caminhão teria percorrido 2 quilômetros atropelando as pessoas, fazendo zigue-zague para atingir o maior número possível de vítimas.
Documentos dentro do veículo pertencem a um francês de 31 anos com cidadania tunisiana. Ele seria morador de Nice. Também foram achadas metralhadoras e granadas dentro do veículo. Ainda não se sabe quantas pessoas teriam participado do ataque, mas até o momento acredita-se que ele tenha agido sozinho.O Itamaraty disse que até o momento não há informações sobre vítimas brasileiras no ataque.
DEZENAS DE CORPOS
No local do ataque, conhecido como Passeio dos Ingleses, na orla de Nice, foi montado um amplo perímetro de segurança, com a presença de tropas militares e grupos especiais da polícia, constatou a AFP.
Imagens publicadas nas redes sociais mostraram diversas pessoas no chão após o atropelamento, e um caminhão atingido por vários disparos. Outros vídeos mostram a multidão correndo pelas ruas de Nice para buscar refúgio.
Testemunhas relataram à Associated Press ter visto o motorista armado. "Foi uma carnificina. Corpos por todo lado".
Taxistas da cidade ajudaram gratuitamente a retirar as pessoas que estavam na área do ataque.
"Foi um ato criminoso que deixou dezenas de mortos", declarou o secretário regional do Interior, Sébastien Humbert, ao canal BFMTV, acrescentando que "há mais de cem feridos".
Testemunhas relataram à Associated Press ter visto o motorista armado. "Foi uma carnificina. Corpos por todo lado".
O presidente francês, François Hollande, que estava em Avignon, voltou a Paris para chefiar as reuniões de crise montadas no Ministério do Interior na madrugada de quinta para sexta-feira (hora local), indicou a presidência francesa.
França como alvo de ataques
O atentado se junta a outros dois grandes ataques ocorridos na França, na capital Paris, nos últimos meses: o ataque à redação do jornal "Charlie Hebdo" em 7 de janeiro de 2015, que deixou 12 mortos, e os atentados coordenados de 13 de novembro do ano passado, onde 130 pessoas morreram.
O primeiro foi cometido por dois irmãos ligados à Al-Qaeda e o segundo, realizado em localidades diferentes --como a casa de shows Bataclan e os arredores do estádio Saint-Denis--, foi organizado pelo Estado Islâmico.
O atentado em Nice ocorre em um contexto de ameaça terrorista muito elevada, especialmente na França, envolvida em ações militares na Síria contra o Estado Islâmico.
O massacre acontece menos de duas semanas antes do final programado para o estado de emergência na França, previsto para o dia 26 de julho.
Além disso, no dia 14 de julho, a França celebra um dos mais importantes acontecimentos de sua história: o dia da Queda da Bastilha, ocorrido nesta data em 1789 e considerado como o grande marco da Revolução Francesa.