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Argentina vai cobrar de manifestantes gastos de R$ 360 mil com a polícia

De acordo com o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, a fatura de 60 milhões de pesos (cerca de R$ 360 mil), será enviada às organizações.

Panelaço foi realizado em frente ao Congresso Nacional no dia 20 de dezembro de 2023 | Foto: Luis Robayo/AFP
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As manifestações promovidas nos últimos dias na Argentina vão custar caro para as organizações que seriam responsáveis pelo protesto nas ruas de Buenos Aires. De acordo com o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni,  a fatura de 60 milhões de pesos (cerca de R$ 360 mil), valor que segundo o governo argentino foi gasto com a segurança durante o ato do dia 20 de dezembro, será enviada às organizações que participaram.  

Em pronunciamento, Adorni listou 14 organizações que devem receber a conta pela operação de segurança. De acordo com ele, o governo Milei apresentou uma denúncia judicial pelos supostos crimes de extorsão e fraude contra os movimentos em relação à gestão dos programas sociais.

Segundo o porta-voz, a denúncia judicial é resultado de chamadas recebidas pelo Disque-Denúncia. As informações foram confirmadas em ofício da ministra da Segurança, Patricia Bullrich. O governo incentivou denúncias com o objetivo de cortar benefícios sociais de pessoas que foram ao protesto. Entre as organizações citadas, no entanto, está o Movimento Evita, que é peronista e não participou do protesto. O ato foi convocado por organizações de esquerda, sindicatos e direitos humanos.

Outra organização mencionada que diz que não convocou manifestantes foi o Movimento Bairros de Pé. "Não estávamos na marcha", afirmou o assessor de imprensa Javier Nunez. Para ele "(o governo) não sabe usar a inteligência". Nunes relata que a entidade não foi notificada até a tarde desta sexta.

A deputada da Frente de Esquerda Myriam Bregman, que foi candidata a presidente este ano, afirmou que Patricia "montou um operativo tão desnecessário como abusivo". "É irracional que agora as organizações devam pagar seu show macabro", disse.

Policiamento reforçado e avisos nas estações

protesto do dia 20 de dezembro foi o primeiro após o anúncio do novo protocolo do Ministério de Segurança contra piquetes. Entre as medidas contidas no Decreto Nacional de Urgência e anunciado na quarta-feira (20), estão o uso das forças de segurança federais contra quem bloquear ruas e impedir a livre circulação de pessoas e a identificação, por drones, de autores, cúmplices e apoiadores dos eventos.

Logo após o anúncio, populares iniciaram um panelaço. O policiamento nas ruas foi reforçado e havia placas e serviço de alto-falante em estações de trem de Buenos Aires que relembravam a campanha de repressão contra manifestações e protestos. Na quinta-feira (21), os protestos continuaram, mas apesar da tensão, não houve registro de ocorrências graves. 

Na quinta-feira (21), Milei afirmou que haverá mais medidas econômicas e decretos. "Eu aviso que vem mais [medidas]", disse ele em entrevista a uma rádio. O presidente também disse que entende que algumas medidas são antipáticas, "mas necessárias". O megadecreto deve entrar em vigor em oito dias, mas ainda pode ser derrubado pelo Legislativo. O texto foi publicado ontem no Diário Oficial, em meio a manifestações contra e a favor das medidas.

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