Após tremor que matou 113, saques preocupam polícia na Nova Zelândia

Criminosos fingem ser socorristas para praticar roubos em Christchurch.

Equipes de resgate retiram escombros do prédio do canal CTV, nesta sexta-feira (25), em Christchurch | AP
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A polícia da Nova Zelândia está preocupada com a onda de saques contra residências na cidade de Christchurch, após o terremoto de magnitude 6,3 que devastou a cidade e deixou mais de 113 mortos no início da semana.

Criminosos que se fazem passar por socorristas e utilizam, inclusive, falsos veículos oficiais estão vasculhando residências para roubar objetos de valor.

"Vão de casa em casa e tentam entrar, principalmente nas residências de maior valor", declarou o policial Russell Gibson à Rádio New Zealand.

"Estou realmente enojado com esta gente, que vê a tragédia como uma oportunidade para se aproveitar de pessoas vulneráveis".

A polícia destacou que vai reforçar a presença de militares nas ruas de Christchurch, onde já vigora o toque de recolher.

"Temos 113 corpos no necrotério provisório", informou o comandante distrital Dave Cliff à imprensa. "Eles estão sendo atendidos por nossa equipe e sendo tratados com a maior dignidade".

Equipes de resgate trabalham pelo quarto dia nos escombros de Christchurch na esperança de encontrar mais sobreviventes.

Segundo a polícia, há 228 pessoas na lista de desaparecidos. A lista pode conter pessoas cujos corpos foram encontrados, mas ainda não foram identificados. Mais de 2,5 mil pessoas ficaram feridas após o tremor, 160 delas gravemente.

Resgatistas do Japão, Taiwan e dos Estados Unidos reforçam as buscas, que usam cães farejadores e microfones para nos prédios destruídos para tentar captar sinais de vida.

Toque de recolher

Na quarta-feira (23), o primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Key, declarou estado de emergência nacional devido ao tremor. Na terça (22), o prefeito de Christchurch, Bob Parker, já havia declarado estado de emergência. Para evitar saques, foi declarado toque de recolher na cidade.

O premiê avaliou que a reconstrução de Christchurch custará entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões, embora alguns analistas calculem que os danos podem superar os US$ 16 bilhões.

Resgate

?Estamos recebendo mensagens de texto e rastreando sons dos sobreviventes, e esse é o nosso foco no momento?, disse o comandante da polícia, Russell Gibson.

O terremoto foi o segundo grande tremor em cinco meses na cidade, que tem 400 mil habitantes, e também o mais letal desastre natural no país em 80 anos. O tremor ocorreu na hora do almoço. Ruas e lojas estavam muito movimentadas, e os escritórios ainda estavam ocupados.

Em algumas ruas de Chistchurch o tremor gerou crateras de até um metro de profundidade. A polícia e o Exército montaram um cordão de segurança ao redor da zona mais afetada. O aeroporto da cidade foi fechado, e o centro foi esvaziado, de acordo com a polícia. Quase toda a cidade está sem energia e sem água.

20 tremores secundários

O terremoto sacudiu a cidade de Christchurch às 12h51 da terça-feira no horário local (20h51 da segunda, em Brasília), de acordo com o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês), que monitora tremores pelo mundo. O epicentro do tremor foi localizado a 4 km de profunidade, a 5 km ao noroeste de Christchurch. Pelo menos 20 tremores secundários foram registrados.

Um forte tremor de magnitude 7,2 atingiu a mesma cidade em setembro de 2010, deixando 20 feridos e destruindo edifícios.

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