Palestinos que tinham deixado suas residências na Faixa de Gaza devido aos confrontos entre o Hamas e Israel começaram a retornar às suas cidades nesta sexta-feira (24), após o início da trégua acordada entre as partes. Desde a madrugada, pelo horário de Brasília, entrou em vigor a suspensão dos bombardeios conforme estipulado no acordo assinado entre o Hamas e Israel na quarta-feira (22). Essa trégua terá duração de quatro dias, e como contrapartida, o Hamas concordou em libertar aproximadamente 50 reféns a partir do final da manhã desta sexta-feira, também pelo horário de Brasília.
Conforme informações das autoridades locais, dezenas de pessoas que buscaram refúgio na porção sul da Faixa de Gaza já iniciaram o deslocamento em direção às áreas centrais e setentrionais. Em outubro, Israel emitiu uma série de alertas, instando a população a evacuar essas duas regiões, que subsequentemente foram alvo de ataques aéreos intensos e de uma incursão por tropas israelenses.
Apesar da brevidade da trégua, programada para quatro dias, e da declaração de Israel de que retomará ações militares em Gaza após esse período, muitos palestinos optaram por arriscar o retorno às suas residências. Eles estão se beneficiando da garantia estabelecida no acordo de que não ocorrerão ataques durante o trajeto de volta.
A agência de notícias Associated Press e a rede de TV Al-Jazeera divulgaram relatos indicando que militares israelenses abriram fogo contra uma parte dessas pessoas. Sofian Abu Amer, um palestino que deixou a Cidade de Gaza semanas atrás, compartilhou com a Associated Press sua decisão de arriscar ir para o norte para verificar o estado de sua casa e procurar suprimentos.
Agências da Organização das Nações Unidas (ONU) operando na Palestina expressaram sua intenção de trabalhar para assegurar a proteção da população contra os bombardeios em suas residências após o término da trégua. Hoje, as agências da ONU anunciaram planos para distribuir suprimentos à porção setentrional do território, e veículos com ajuda humanitária já estão a caminho do norte de Gaza.