O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, anunciou nesta segunda-feira (12), após reunião de crise com o presidente François Hollande, que vai mobilizar 10 mil militares para reforçar a segurança dos pontos mais sensíveis do país, num momento em que a França busca evitar novos ataques extremistas. Na semana passada, atentados terroristas deixaram 17 pessoas mortas.
O reforço do plano antiterrorista Vigipirate aconteceu pois "os atos racistas e antissemitas aumentaram nos últimos anos", afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls. "Consideramos que há possíveis cúmplices", afirmou em entrevista às emissoras "RMC" e "BFM TV", sem fornecer mais detalhes. O Vigipirate será mantido em seu máximo nível, até hoje nunca ativado.
"A caçada continua", disse Valls na manhã desta segunda-feira (12), saudando a população francesa pela manifestação deste domingo (11), que reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas nas ruas de Paris. "Mas precisamos ficar em alerta, porque sabemos que as ameaças estão presentes." Para ele, o governo deve melhorar o sistema de intercepção telefônica, para que seja mais eficaz.
Buscas por cúmplice
A mulher suspeita de ser cúmplice dos terroristas islâmicos que realizaram ataques em Paris na semana passada atravessou a fronteira da Turquia para a Síria na quinta-feira, 8 de janeiro, confirmou nesta segunda o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu.
A suspeita, Hayat Boumeddiene, companheira do jihadista Amedy Coulibaly, chegou ao aeroporto de Istambul em 2 de janeiro via Madri e permaneceu em um hotel, disse Cavusoglu. "Entrou na Turquia no dia 2 de janeiro, procedente de Madri. Há imagens [dela no aeroporto]".
Essas datas significam que a mulher estava na Turquia antes do início da violência em Paris, e que teria partido para a Síria enquanto os agressores ainda estavam foragidos.
Mesmo assim, a polícia francesa emitiu uma ordem de busca para determinar seu eventual papel no tiroteio realizado por Coulibaly em Montrouge, na periferia de Paris. Ele foi morto na sexta-feira após matar uma policial e sequestrar clientes da loja judaica.
O primeiro-ministro disse que um dos maiores desafios são as "1.400" pessoas vinculadas às redes jihadistas no Iraque e Síria, seja porque tenham se integrado a elas, participado do recrutamento ou por terem manifestado vontade de se associar.
Valls acrescentou, no entanto, que o perigo não se limita a esse fenômeno, já que o próprio Coulibaly não fazia parte destas redes, e tanto a Al Qaeda como o Estado Islâmico lançaram mensagens para que seus seguidores permaneçam em seus países para cometer atentados sem levantar suspeitas.
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