Steve Bannon, um aliado do ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, se entregou ao FBI nesta segunda-feira (15). Ele é acusado criminalmente de ter desobedecido um mandado que o comitê legislativo que investiga a invasão do Congresso dos EUA em 6 de janeiro.
Ele foi denunciado duas vezes por desacato na sexta-feira: por se recusar a comparecer para depor e por se recusar a fornecer documentos em resposta a uma intimação da comissão.
"Estamos derrubando o regime de Biden, eu quero que vocês fiquem focados, isso é só ruído", ele disse antes de se entregar. Ele deve ser ouvido por um juiz ainda nesta segunda-feira.
Em outubro, a Câmara dos Representantes, de maioria democrata, aprovou uma resolução contra Bannon com 229 votos a favor - nove deles de republicanos - e 202 contra, pedindo ao Departamento de Justiça que tomasse providências contra o ex-estrategista de Trump.
A comissão de investigação quer que Bannon deponha por acreditar que ele "tinha algum conhecimento prévio dos acontecimentos extremos que aconteceram" em 6 de janeiro, quando Trump incentivou uma insurreição no momento em que o Congresso se reunia para ratificar a vitória eleitoral do agora presidente Joe Biden. O protesto logo se transformou numa tentativa de golpe contra o Legislativo, com a invasão ao prédio do Congresso.
Bannon deu declarações em seu podcast na véspera do ataque ao Capitólio que causaram a suspeita: "Será que o caos se vai instalar amanhã? Muitas pessoas me disseram: 'Se houvesse uma revolução, seria em Washington'. Bem, este vai ser o momento de vocês na história", disse Bannon aos seguidores. Estrategistas de Trump Em 2016, Bannon foi apontado como um dos estrategistas-chave da avalanche de boatos e mentiras que turbinaram a bem-sucedida campanha de Trump, fomentando rancor de setores do eleitorado conservador em questões como imigração. Bannon, um ex-executivo dos setores bancário e de mídia que já comandou o site de ultradireita Breitbart News, também mantém laços estreitos com a família Bolsonaro, especialmente com o deputado de extrema direita Eduardo Bolsonaro, que costuma elogiar o americano.