Um expoente da Al Qaeda do Iêmen baseado no Cairo, capital do Egito, reivindicou a autoria do atentado contra o jornal francês Charlie Hebdo, que deixou 12 pessoas mortas na última quarta-feira (7). Segundo o homem, que forneceu uma declaração em inglês à Associated Press, o ataque foi uma forma de "vingar a honra" de Maomé, satirizado pelos chargistas do periódico.
No documento, a organização terrorista diz que a liderança da Aqap (sigla em inglês para Al Qaeda na Península Árabe) coordenou a operação escolhendo seus alvos com bastante cuidado. De acordo com a fonte, que falou de maneira anônima - como prevê o grupo -, os recentes atentados na França estão alinhados às advertências feitas por Osama Bin Laden (fundador do movimento) sobre as "consequências da persistente blasfêmia" do Ocidente contra o Islã.
O homem ainda afirma que a reivindicação demorou a chegar por "questões de segurança". Já suspeitava-se que os irmãos Cherif e Said Kouachi, supostos autores do ataque, tivessem ligação com o ramo iemenita da Al Qaeda. Enquanto permanecia entrincheirado na fábrica onde foi morto pela polícia, Cherif falou por telefone com uma emissora francesa e contou que estava em missão em nome da organização.