Air France é condenada a indenizar em R$ 1,6 mi família do RN

Para o juiz, não há dúvidas de que o brasileiro era passageiro do vôo

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A 4ª Vara Cível de Mossoró (RN), a 277 km de Natal, decidiu condenar a Air France a pagar uma indenização de R$ 1,63 milhão, além de uma pensão no valor de R$ 4.098,13, para a viúva e as duas filhas do geofísico Soluwellington Vieira de Sá, vítima do acidente do dia 31 de maio de 2009, quando o Air Bus A330 com destino a Paris desapareceu no Oceano Atlântico. O acidente matou as 228 pessoas a bordo.

Na sentença, determinada nessa sexta-feira, o juiz Manoel Padre Neto ressaltou que o acidente foi amplamente noticiado na imprensa mundial e que o Tribunal de Grande Instância de Var, no sul da França, indiciou as empresas Air Bus e Air France - respectivamente, fabricante e proprietária da aeronave -, pelo crime de homicídio culposo.

Para o juiz, não há dúvidas de que o brasileiro era passageiro do vôo, conforme apontou o atestado de presença de voo expedido pela companhia. Neste mês, a Air France e a sua seguradora, a Axa, foram condesageiros do voo Rio-Paris. A decisão foi do Tribunal de Alta Instância de Toulouse, na França.

O acidente do AF 447

O voo AF 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu em meio ao oceano.

Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca do País. Naquela ocasião, foram resgatados apenas 50 corpos, sendo 20 deles de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em uma nova fase de buscas coordenada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, que localizou a 3,9 mil m no fundo do mar a maior parte da fuselagem do Airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada.

Após o acidente, dados preliminares das investigações indicaram um congelamento das sondas Pitot, responsáveis pela medição da velocidade da aeronave, como principal hipótese para a causa do acidente. No final de maio de 2011, um relatório do BEA confirmou que os pilotos tiveram de lidar com indicações de velocidades incoerentes no painel da aeronave. Especialistas acreditam que a pane pode ter sido mal interpretada pelo sistema do Airbus e pela tripulação. O avião despencou a uma velocidade de 200 km/h, em uma queda que durou três minutos e meio. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.

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